WEG vai investir R$ 178,2 mi para ampliar fábrica no Espírito Santo

O Estado de S. Paulo

 

Mesmo com o risco de uma recessão em 2022, a fabricante de motores e componentes elétricos WEG decidiu anunciar mais um investimento milionário. Até 2023, a companhia vai desembolsar R$ 178,2 milhões para a ampliação e modernização da sua planta localizada no município de Linhares, no Espírito Santo. Trata-se do segundo maior parque industrial da companhia, atrás somente da localizada na cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, onde está a sua principal sede.

 

Como comparação, desde a chegada da WEG no Espírito Santo, em 2009, foram aportados R$ 257 milhões na região. Com os novos investimentos, a planta vai ampliar a área construída de 65 mil para 79 mil metros quadrados, com a contratação de 250 novos funcionários para a nova etapa. A produção total da planta deve crescer 30%.

 

De acordo com o diretor superintendente de motores comerciais e appliance da WEG, Julio Cesar Ramires, o aporte vai em linha com o crescimento da demanda que a empresa espera para os próximos anos. Nem mesmo a possível retração da economia do ano que vem – o banco Itaú, por exemplo, estima uma queda de 0,5% do PIB em 2022 – tem diminuído o ímpeto dos clientes, relata o executivo.

 

“Não estamos pensando apenas no ano que vem, e temos conversado com os nossos clientes que se mostram esperançosos de que o ano será um bom ano”, diz Ramires.

 

Mercado externo

 

Ao mesmo tempo, a WEG quer ampliar a participação dos produtos fabricados em Linhares no mercado externo. Isso porque, apesar de 56% das vendas em 2020 terem sido fechadas com clientes no exterior, os motores elétricos de pequeno porte e comerciais – muitos deles destinados para a fabricação de eletrodomésticos – ainda representam uma fatia pequena das exportações da companhia. Hoje, 90% de toda a produção de Linhares é para o mercado local.

 

“Com a modernização, podemos fazer a planta ficar mais flexível para atender a uma demanda maior do exterior”, diz ele.

 

As ações da WEG, que foram um dos destaques na Bolsa no ano passado com uma valorização de 120%, estão andando de lado em 2021. De janeiro para cá, a empresa registra uma queda de 0,94%, o que não deixa de ser um bom resultado tendo em vista a queda de mais de 11% registrada pelo Ibovespa no mesmo período.

 

E por ter um portfólio variado de produtos voltados para uma economia verde (como eletrificação de veículos) e utilizar fontes de energia limpa para a sua indústria, o Bank of America acredita que a empresa tem um futuro promissor pela frente. Não por acaso, o banco americano enxerga um potencial de alta de quase 30% nas suas ações. (O Estado de S. Paulo/André Jankavski)