AutoIndústria
Apesar de não ser posição unanime, os trabalhadores da General Motors de São Caetano do Sul, SP, acabaram aprovando o fim da greve na fábrica do ABC paulista, acatando decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-2) que, mesmo ao julgar o movimento não abusivo, determinou o retorno imediato à produção.
A decisão foi tomada em assembleias realizadas na manhã e tarde de quinta-feira, 14. Os trabalhadores estavam em greve desde 1º de outubro por discordar da proposta da GM relativa à campanha salarial deste ano. Aparecido Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, fez encaminhamento pela suspensão da greve.
Ele reconheceu que não houve unanimidade dos trabalhadores em relação a retornar de imediato à produção, mas argumentou que havendo uma decisão judicial “o momento se tornou delicado”. “Obviamente que o sindicato respeita a posição da assembleia, porém decisão judicial deve ser acatada. O que não quer dizer que a luta foi interrompida. Continuaremos negociando pontos importantes da pauta de reivindicações, que continuam em aberto, com destaque para o vale-alimentação,”, afirmou o sindicalista.
O TRT julgou improcedente a reivindicação pelos trabalhadores do vale-alimentação, mas concedeu a manutenção da Cláusula 42 que assegura a estabilidade no emprego aos trabalhadores portadores de doenças ocupacionais, além do pagamento dos dias parados. Entretanto, de acordo com o Tribunal, as horas não trabalhadas continuam em aberto.
De acordo com material divulgado pelo sindicato, ficou pactuado, a partir da greve, um reajuste de 10,42% aplicado aos salários a partir de primeiro de setembro. Ficou também assegurada a antecipação do pagamento de metade do 13º salário de 2.022 para fevereiro do próximo ano. Foi também consenso o retorno de um modelo de progressão salarial semestral. Além disso, estão mantidas as cláusulas do acordo coletivo anterior. (AutoIndústria)