Com Novo C3, Citroën começa a resgatar sua imagem no Brasil

AutoIndústria

 

Os primeiros movimentos da Stellantis, fusão da PSA com a FCA consolidada no começo deste ano, têm feito muito bem às operações sul-americanas da empresa. As cinco marcas do grupo oferecidas na região comemoram crescimento bem acima da média do mercado brasileiro, o principal e maior da região.

 

Em especial as francesas Peugeot e Citroën, que ao longo da última década amargaram queda da participação somada de 5% para 1%. De janeiro a agosto, porém, a dupla já respondeu por 2,4% das vendas no Brasil.

 

Ainda que a base de comparação seja muitíssimo baixa, a evolução das duas marcas mostra que, pelo menos a comunicação, marketing e o início de rearranjo da rede de revendas estão sublimando a ainda restrita linha de produtos, particularmente da Citroën. Com apenas um automóvel nacional, o C4 Cactus, lançado há 3 anos, e dois comerciais leves importados, a marca alcançou 13,8 mil licenciamentos em oito meses.

 

O número representa 47% de crescimento e supera o total negociado ao longo dos doze meses 2020, quando a marca ainda contava também com o antigo C3 hatch e o Aircross, modelos que deixaram de ser produzidos no começo de 2021, e com o argentino C4 Lounge.

 

Se a perspectiva para o encerramento deste ano é de pelo menos a sustentação desse patamar de evolução, que garante 1% de penetração, para 2022 tende ser muito melhor. E por bons motivos. O principal deles é a chegada às revendas do Novo C3, um misto de hatch com SUV compacto que começará a ser fabricado em Porto Real.

 

O modelo, apresentado nesta quinta-feira, 16, em evento online internacional, poderia já estar nas ruas brasileiras neste segundo semestre, não fosse as dificuldades de mercado, logísticas e o de abastecimento de componentes eletrônicos, comuns a todos os fabricantes neste ano e meio de pandemia.

 

Outro bom indicador das pretensões da marca para o ano que vem é a ampliação da atual rede de revendas, que passará dos atuais 123 pontos para cerca de 180 até o lançamento do novo veículo, já no primeiro trimestre.

 

Vanessa Castanho, que em junho assumiu responsável pela Citroën na América do Sul, não esconde seu otimismo com os muitos movimentos que estão sendo gestados pelo grupo para o mercado sul-americano em várias frentes e que virão a público em 2022 e nos anos seguintes.

 

Com eles, ele diz espera consolidar a meta defendida pelo board da Stellantis de ao menos restabelecer a participação da marca no Brasil de uma década atrás, 2,6%.

 

Castanho confirma que, para mais que dobrar o atual índice, a Citroën já tem definidos os lançamentos de outro dois produtos locais em 2023 e 2024. E também um plano para modificar a imagem da marca sobretudo no Brasil. “Será uma Citroën acessível”, resume a executiva.

 

Acessível, mas não necessariamente mais barata, já que a dirigente tenta explicar o conceito de acessibilidade por meio de “melhor custo de utilização” e cobertura mais ampla de sua rede de concessionárias, além do reforço de imagem. Com 180 revendas, a marca pretende estar presente em 80% do território brasileiro.

 

O Novo C3 é um projeto específico da Stellantis para regiões emergentes. Parte de um projeto global, mas com adequações técnicas e produtivas para a América do Sul. O modelo, montado sobre a plataforma CMP, já disponível aqui no 208 argentino, também é fabricado na China, com diferenciações também estéticas e de acabamento. (AutoIndústria/George Guimarães)