Veículos eletrificados serão desmembrados na carta da Anfavea

AutoIndústria

 

O caminho ainda é longo e o segmento ainda engatinha no mercado brasileiro. Mas aos poucos os veículos eletrificados vão ganhando espaço no mercado brasileiro, com maior participação dos híbridos em função principalmente da produção dos Toyota Corolla e do Corolla Cross, com motores flex e elétrico, no Brasil.

 

Ainda há muita dúvida sobre o futuro do segmento no País, mas a Anfavea anunciou este mês que ele ganhará mais espaço na sua Carta mensal com o balanço do setor. “Ainda não há prazo, mas vamos desmembrar os números, diferenciando os elétricos dos híbridos”, informou o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, ao divulgar volume e participação recordes dos eletrificados em agosto.

 

Foram emplacadas no mês total de 3.873 unidades, 2,4% de todo o mercado de automóveis e comerciais leves. No ano passado, o market share limitou-se a 1%. O volume de venda vem crescendo paulatinamente. Ante média mensal de 1.645 eletrificados registrada em 2020, as vendas chegaram a quase 1,9 mil unidades em março, saltando para, respectivamente, 2,7 mil, 3,1 mil, 3,5 mil e 3,6 mil nos meses subsequentes, até se aproximar das 4 mil em agosto.

 

Muito se discute no setor sobre a produção local de veículos eletrificados, com tendência declarada por vários executivos quanto à possibilidade de o atalho no País ser via veículos híbridos com motor flex, a exemplo de iniciativa pioneira da Toyota por aqui.

 

Tanto a Anfavea como as entidades do setor da área de engenharia, como AEA e SAE, sempre destacam a importância do etanol como combustível mais limpo, um produto que, por isso, deveria ser mais explorado como opção ao combate das emissões de CO2 no meio ambiente. A Volkswagen, inclusive, escolheu o Brasil para sediar o seu centro mundial de biocombustíveis.

 

Com relação aos veículos 100% elétricos, nenhuma montadora até agora sinalizou perspectiva deles virem a ser produzidos localmente. Mas pesquisa divulgada esta semana – SAE Mobilidade-Edição 2021 – elaborada pela KPMG, indica a viabilidade isso vir a ocorrer.

 

Dividida entre executivos do setor e consumidores finais, o estudo indicou que no primeiro caso chega a 29,5% o número de entrevistados que acham plenamente viável a produção de elétricos no país e a 43% os que considera parcialmente viável. Do restante, 7,2% se mostraram indecisos, 17% disseram ser parcialmente inviável e 3,3%, plenamente inviável.

 

No que diz respeito aos consumidores, 89,7% responderam que gostariam de ter esses veículos à disposição para compra no Brasil. Os preços, atualmente, são o grande empecilho para a venda dos modelos 100% elétricos, disponível apenas em versões importadas. A tendência, contudo, é que a partir da sua disseminação em mercados de outros países, em especial os da Europa, América do Norte e Ásia, os custos e preços caiam gradativamente nos próximos anos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)