Veículos x ICMS: São Paulo perde participação para Minas Gerais

AutoIndústria

 

A alta de 12% para 14,5% da alíquota do ICMS incidente sobre os automóveis este ano em São Paulo está levando o Estado a perder participação no mercado nacional de veículos principalmente para a vizinha Minas Gerais. Também o Rio de Janeiro registra desempenho melhor do que o paulista.

 

Levantamento da Anfavea mostra que as vendas de veículos em São Paulo cresceram apenas 13% no acumulado deste ano, a metade do índice de expansão nacional do setor. Houve 273.111 licenciamentos no Estado nos primeiros sete meses do ano, ante os 241.530 do mesmo período do ano passado.

 

Em contrapartida, o mercado automotivo mineiro teve crescimento de expressivos 39%, passando de 185.807 para 258.714 emplacamentos no mesmo comparativo. Com isso, Minas Gerais ampliou a sua participação na comercialização total de veículos de 18,9% para 20,7%, enquanto a fatia de São Paulo caiu de 24,5% para 21,8%, ou seja, a diferença entre os dois estados baixou de 5,4 pontos porcentuais para apenas 1,1 ponto de 2020 para 2021.

 

Com um mercado menor, o também vizinho Rio de Janeiro teve aumento de 66% nas vendas, que passaram de 44.812 unidades de janeiro a julho de 2020 para 74.521 em idêntico período deste ano. A participação, nesse caso, subiu de 4,5% para 5,9%.

 

“O que a gente imaginava, está acontecendo. Já é o terceiro mês consecutivo que São Paulo perde participação no contexto nacional”, comenta o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, que desde o ano passado, quando foi anunciado a alta do ICMS em São Paulo, vem tentando mostrar ao governo paulista que o momento não é propício para aumento de impostos e que o estado poderia perder vendas para outras localidades.

 

Também a Fenabrave e a Fenauto, que representa os lojistas independentes, anteciparam risco de perda de vendas de veículos principalmente para Minas Gerais. O presidente da Anfavea informa que a entidade continua conversando com autoridades paulistas, destacando que as argumentações ganham força agora com os números de vendas até julho em mãos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)