O otimismo de volta ao setor industrial

O Estado de S. Paulo

 

Problemas que vinham afetando a produção ou preocupando o empresariado do setor praticamente desde o início da pandemia continuam a ser citados como os mais importantes para a indústria, mas agora começam a perder força. A falta ou o alto custo de matérias-primas (e componentes, para determinados segmentos da indústria de transformação) ainda são os problemas mais citados entre os que o setor enfrenta, como acontece há quatro trimestres consecutivos. Foi o que constatou a Sondagem Industrial de junho divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Embora continue em nível muito alto, o porcentual de dirigentes industriais que apontam esse como o principal problema diminuiu pela primeira vez depois de oito trimestres de alta. É sinal de que se reduz a velocidade de aumento dos preços.

 

“A redução desses indicadores pode indicar o início de uma normalização das cadeias produtivas, com posterior redução da escassez de insumos e equalização de preços”, previu o boletim da CNI.

 

Outros itens da pesquisa igualmente mostram melhora, numa sinalização de que as dificuldades surgidas na pandemia, e que se somaram a outras já enfrentadas pela indústria, começam a se amenizar. A atividade industrial continua a se aquecer. A recuperação de alguns indicadores chega a surpreender.

 

O nível de utilização da capacidade instalada foi o mais alto para o mês de junho desde 2013. Naquele mês, a atividade econômica ainda estava em expansão. A crise que marcou o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff – e levaria a seu afastamento do cargo – surgiria depois.

 

O índice que mede a evolução da produção tem se situado acima de 50 pontos há vários meses, mostrando aumento contínuo no período.

 

O indicador do emprego industrial, de sua parte, sobe há um ano. Desde julho do ano passado o indicador de evolução do número de empregados tem se situado acima de 50 pontos, o que significa que está havendo aumento no número de trabalhadores.

 

Quanto ao desempenho financeiro, o indicador de satisfação com o lucro aumentou em junho, enquanto o de insatisfação se reduziu entre o primeiro e o segundo trimestres.

 

Assim, as expectativas, que já eram positivas, continuam a melhorar. O otimismo, diz a CNI, é intenso e disseminado. (O Estado de S. Paulo)