Volkswagen vai parar de novo e Hyundai interrompe montagem por falta de chips

Jornal do Carro  

 

Depois de desligar as máquinas por dez dias no fim de junho, a Volkswagen vai voltar a interromper algumas de suas linhas de montagem no Brasil. Desta vez, todavia, a fabricante vai parar por mais tempo. Serão 20 dias, no mínimo, sem produzir carros novos por falta de chips. Como consequência, a marca deverá sentir um baque nas vendas nos próximos meses.

 

Esta será a terceira paralisação da Volkswagen em 2021. Ainda no início do ano, a alemã precisou interromper a produção em suas fábricas para contar a propagação do coronavírus. Depois, em maio, a montadora pisou no freio novamente, desta vez já por causa da escassez de semicondutores. Agora, a Volkswagen volta a parar por falta do componente.

 

Na fábrica de Taubaté, a Volkswagen produz atualmente os populares Gol e Voyage. No caso do veterano hatch de entrada, o impacto pode ser grande, uma vez que o Gol foi o único modelo da marca a figurar no ranking dos 10 carros mais vendidos do primeiro semestre. Já na Anchieta são feitos o Polo e o Virtus, bem como o crossover Nivus e a picape Saveiro.

 

Desde ontem, a Volkswagen deu férias coletivas de 20 dias aos 2,2 mil funcionários da fábrica de Taubaté, no interior paulista. A montadora também confirmou a parada de um turno na Anchieta pelo mesmo período de tempo a partir de 19 de julho.

 

Há ainda a unidade de São José dos Pinhais, no Paraná, onde o SUV T-Cross é feito, e que continua operando. Assim, vai ajudar o modelo, que perdeu a liderança para o Jeep Renegade em 2021 por causa justamente do desabastecimento de microchips.

 

Hyundai interrompe montagem de HB20 e Creta

 

Embora tenha sido o carro mais vendido no 1º semestre, a situação do Hyundai HB20 daqui para frente pode ficar mais complicada. Na última semana, a montadora parou por completo a produção de veículos em sua fábrica de Piracicaba, no interior paulista, por causa da falta de semicondutores. A previsão de retorno é para o dia 15 de julho.

 

Por sua vez, a Nissan precisou interromper a linha de produção do Kicks e do Versa V-Drive durante os dias 16 e 17 de junho. Essa foi a segunda paralisação na fábrica Resende (RJ) só neste ano.

 

Se junta também à crise a Honda, que precisou parar a produção em sua fábrica em Sumaré (SP), em fevereiro e março. Assim como a Renault, que suspendeu a fabricação em São Jose dos Pinhais (PR) por dois dias em fevereiro.

 

Até 120 mil veículos a menos no semestre

 

Tal como noticiamos no Jornal do Carro, a Anfavea, representante das montadoras no Brasil, estima que as fábricas deixaram de produzir 120 mil unidades no primeiro semestre por causa da falta de chips. A crise atinge todo o setor, mas algumas marcas estão sofrendo mais.

 

É o caso da General Motors, que é, definitivamente, a montadora mais afetada pela escassez de semicondutores. A linha de produção da GM em Gravataí (RS), onde são feitos o Novo Onix e o sedã Onix Plus, está parada desde março. E assim seguirá até, no mínimo, 19 de agosto.

 

Além da fábrica do sul, a montadora anunciou, em 25 de maio, a suspensão da produção na planta de São Caetano do Sul (SP) por seis semanas. De acordo com a fabricante, o motivo é a adequação do local para a produção da nova picape Montana. Por lá também, a montadora produz o SUV Tracker, que, a exemplo do T-Cross, está patinando nas vendas.

 

Marcas da Stellantis, Fiat e Jeep não sentem a crise

 

Fogem parcialmente dessa lista a Fiat e a Jeep. A montadora italiana alcançou alguns recordes de vendas no semestre, atingindo 22,2% de participação no mercado. Em junho, com Strada, Argo, Mobi, Toro e Cronos entre os 10 carros mais vendidos, o marketshare da fabricante chegou aos impressionantes 26,2%, ou seja, mais de 1/4 das vendas.

 

Ainda que a falta de semicondutores para a Fiat tenha sido mais amena do que para as concorrentes, a italiana revelou que precisou interromper a linha de produção em Betim (MG) por alguns momentos. E que, em outra ocasião, precisou parar turnos. Como consequência, a entrega da Strada está levando até 120 dias. Já a Toro, em especial na versão Ranch, pode levar até 90 dias para chegar ao cliente.

 

Sob o mesmo grupo e dividindo as fábricas, a Jeep também parece sentir pouco a crise dos chips. O Renegade vendeu mais de 40 mil unidades no primeiro semestre de 2021, e foi o SUV mais vendido no período. O renovado Compass também não fica atrás, com mais de 32 mil unidades licenciadas nos primeiros seis meses do ano. (Jornal do Carro/Emily Nery)