AutoIndústria
A partir desta quarta-feira, 7, as 280 concessionárias Renault começam a vender a linha 2022 do Captur, SUV topo da marca no País que passou por atualização estética. A grande novidade, porém, está sob o capô: o motor 1.3 TCe turboflex de 170 cavalos que, na prática, aposenta o 1.6 aspirado adotado desde 2016, quando o Captur começou a ser fabricado em São José dos Pinhais, PR.
O novo motor está presente nas três versões de acabamento disponíveis e que têm preços sugeridos a partir de R$ 124.490,00 (Zen), R$ 129.490,00 (Intense) e R$ 138.490,00 (Iconic). Todas com novo câmbio CVT que simula oito marchas, piloto automático, sensor de pressão dos pneus e sistema start-stop.
Esteticamente, o Captur não passou por nenhuma revolução. As discretas mudanças na carroceria limitaram-se aos faróis, que ganharam iluminação em full-LED apenas na versão mais cara, aos para-choques e grades redesenhados e à adoção de novas rodas de 17 polegadas. Ou seja: típicas intervenções de meio de geração.
Ainda que também longe de uma severa reformulação, o interior do Captur mereceu até um pouco mais de investimento da Renault. A montadora priorizou melhorar a qualidade dos revestimentos, mais macios no painel, e redesenhar em parte o console central, agora acompanhado de apoio de braço entre os bancos. E, finalmente, o acionamento do piloto automático foi posicionado no volante e não mais sob o freio de estacionamento, um incompreensível desconforto original do SUV.
As luzes de neblina são em LED com função auxiliar em curvas nas versões intermediária e Iconic. A nova central multimídia de 8 polegadas é compatível com Apple CarPlay e Android Auto e permite a visualização das quatro câmeras do sistema Multiview de série na versão topo.
O modelo traz ainda como novidades, mas só na versão superior, sistema de cobertura de ponto cego, partida do motor à distância e luzes de neblina em LED. Mas fica a dever pela ausência do sistema de frenagem de emergência e de manutenção em faixa, recursos já presente em vários produtos da concorrência.
Com o novo motor e acabamentos renovados, de qualquer maneira, a Renault alimenta a expectativa de resgatar os melhores dias do SUV, que acumulou 83,5 mil unidades negociadas no País desde sua apresentação. Em 2018 e 2019, quando cravou, respectivamente, 26,5 mil e 29,7 mil emplacamentos – ainda seu recorde -, esteve à frente do Duster em vendas.
Em 2020, porém, o Captur foi o 11º colocado no ranking de utilitários esportivos com somente 10,9 mil unidades vendidas, quase a metade do registrado pelo Duster (19,5 mil), reestilizado no começo do ano passado. No primeiro semestre de 2021, essa relação cresceu para quase quatro por um: 13 mil Duster chegaram às ruas contra 3,5 mil Captur.
Com os dois SUVs renovados, a Renault anseia ainda se aproximar dos 9% de participação que atingiu em automóveis e comerciais leves em 2019, sua maior fatia desde 1998, quando começou a fabricar no Brasil. No primeiro semestre, esbarrou nos 7%, com 60,7 mil licenciamentos e a sétima posição no ranking de marcas.
Em março, Ricardo Gondo, presidente da operação brasileira da Renault, anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão em 2021 e 2022 para renovação de cinco veículos oferecidos no Brasil e o lançamento de dois elétricos – o primeiro, o Zoe, já está nas concessionárias.
Nesta quarta-feira, 7, Gondo afirmou que o cronograma dos lançamentos segue inalterado mesmo com a continuidade da crise de fornecimento mundial de semicondutores. Segundo o executivo, a montadora tem conseguido atenuar a escassez do componente com ações coordenadas globalmente pelas áreas de compras.
“Mas o segundo semestre seguirá muito desafiador também em termos de disponibilidade de chips”, admite o presidente da Renault, que foi forçado a interromper a produção no Paraná por dez dias no primeiro semestre. (AutoIndústria/George Guimarães)