Com falta de componentes para produção, GM quer suspender contratos de 250 funcionários

O Estado de S. Paulo

 

A falta de componentes para a produção, especialmente semicondutores, continua afetando a indústria automobilística. A General Motors propôs ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) a suspensão do contrato de trabalho de 250 funcionários da unidade entre 12 de julho e 25 de agosto.

 

A unidade emprega cerca de 3,8 mil funcionários e produz a picape S10 e o SUV Trailblazer. Era a única do grupo na área de automóveis que funcionava sem restrições neste momento. A fábrica de Gravataí (RS), onde é feito o Onix, está parada desde abril, com retorno previsto para meados de agosto.

 

A planta de São Caetano do Sul (SP), suspendeu a produção por seis semanas a partir a partir de 21 de junho, período em que também fará mudanças na linha de produção para a chegada da nova picape Montana.

 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, a GM alega falta de peças para a produção, problema que atinge toda indústria automobilística no Brasil e em outros países. A empresa não quis comentar o assunto.

 

Na segunda feira, 5, a Hyundai paralisou toda a produção em Piracicaba (SP) ao suspender o primeiro turno de trabalho até 15 de julho, “devido à continuidade das condições instáveis de fornecimento de componentes eletrônicos”. Outros dois turnos já estavam suspensos desde o fim de maio (terceiro turno) e 21 de junho (segundo turno), com retorno planejado para 12 de julho.

 

A suspensão na GM será feita por meio da Medida Provisória 1.045 (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda). Em assembleia na manhã desta terça-feira, 6, os trabalhadores decidiram que só aceitarão se houver garantia de manutenção de vagas no período em que vigorar o acordo.

 

“Os trabalhadores da GM já deram o recado: não aceitaremos nenhuma medida que suspenda os contratos sem que os empregos de todos estejam garantidos”, afirma, em nota, o vice-presidente do sindicato, Valmir Mariano. Haverá nova assembleia na quinta-feira, 8. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)