GM prepara lançamento do novo Chevrolet Bolt e seu SUV elétrico no Brasil

Jornal do Carro

 

A General Motors está engajada na eletrificação da marca Chevrolet, e o Brasil não está de fora. Apesar de o país ainda não ter políticas reais de incentivo aos carros elétricos, a montadora vai ampliar a rede de concessionárias habilitadas a trabalhar com estes modelos. Mas o plano da GM não é em vão: a empresa tem dois lançamentos no horizonte.

 

Tal como antecipamos aqui no Jornal do Carro, a marca da gravata dourada planeja vender no Brasil a nova geração do Chevrolet Bolt, bem como o inédito Bolt EUV, versão mais alta e com jeito de utilitário esportivo. Os modelos foram revelados em fevereiro e, assim, já estão à venda nos Estados Unidos. Dessa forma, a chegada de ambos no Brasil é uma questão de tempo — e deve acontecer até o início de 2022.

 

Rede triplicada

 

Portanto, a GM planeja triplicar o número de concessionárias para vender e dar assistência técnica aos veículos elétricos da Chevrolet. Até agora, eram 26 revendedoras, contudo, a partir de junho, a empresa vai expandir o investimento para alcançar 79 pontos no país.

 

Federal. Com a ampliação da rede, cerca de 50 municípios serão, então, contemplados no interior de São Paulo e nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país. Na rede de concessionárias habilitadas, os elétricos ficam, assim, no mesmo salão com os demais modelos.

 

“A GM tem o compromisso de liderar a eletrificação na região, e o aumento do número de concessionárias habilitadas é um elemento importante dentro desta estratégia. Com isso, a Chevrolet se consolida como a maior e mais capilarizada rede especializada em veículos elétricos do Brasil”, afirma Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul.

 

Se os planos da marca estão avançando, é tudo obra da primeira geração do Bolt EV, que segue à venda no Brasil. O hatch foi o primeiro carro puramente elétrico da marca. Aqui, chegou às lojas em 2019 e, já em 2020, foi o veículo elétrico mais vendido do país no segmento.

 

Eletrificação total

 

A GM embarcou em um ambicioso plano para zerar a emissão de carbono na empresa. Para tanto, a partir de 2035, vai comercializar somente veículos que não emitam gases causadores do efeito estufa. Na fábrica localizada em Detroit, a produção do elétrico Bolt acontece na mesma linha de carros à combustão, com exceção da instalação das baterias.

 

Ao todo, a GM vai investir US$ 27 bilhões (R$ 136 bilhões) no desenvolvimento de carros elétricos. Cerca de 30 novos modelos vão ser lançados até 2025. Por enquanto, não está prevista a produção de carros elétricos no Brasil, apenas a importação, apesar de o Brasil ser o segundo maior mercado global da empresa.

 

O Bolt já tem mais de cem mil unidades comercializadas no mundo. O hatch é equipado com um motor de 203 cv de potência e baterias de 66 kWh. Este conjunto lhe permitem acelerar de 0 a 100 km em cerca de 7 segundos e percorrer aproximadamente 416 km com a carga completa.

 

Poucos incentivos no Brasil

 

O Brasil apresenta poucos incentivos em relação à Europa, onde a venda de elétricos dobrou no ano passado, segundo a Associação de Montadoras Europeias de Automóveis (ACEA). De 28 países da União Europeia, oito oferecem, assim, algum bônus a quem compra um carro elétrico ou híbrido.

 

A Alemanha paga até 9.000 euros do preço do veículo. Ainda na Europa, os elétricos não pagam pedágio urbanos em capitais como Londres. Incentivos fizeram as vendas de carros elétricos em geral cresceram 297% no mundo, entre 2015 e 2020, segundo a consultoria de estatísticas Statista.

 

No País, apenas a taxa de importação é isenta. Antes alíquota era de 35%. Em doze estados, há desconto ou abatimento total de IPVA para os carros elétricos, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Entretanto, em São Paulo, o governador João Dória vetou um projeto de lei que isentava carros elétricos de pagarem IPVA.

 

Esse texto também previa, então, tornar elétrica 10% da frota veicular das Polícias Militar e Civil, e do Detran até 2025, bem como 5% do sistema de transporte coletivo. Dória alegou que o veto se deu por falta de estimativas sobre o impacto da renúncia do IPVA para carros elétricos no orçamento.

 

Já o projeto de Lei 3174/20, de autoria do deputado Marreca Filho (Patriota-MA), prevê o corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), assim como uma criação de linhas de crédito para a produção de elétricos no País. No entanto, o projeto está na comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços desde março. (Jornal do Carro/Mattheus Reis)