Em falta nas lojas, Chevrolet Onix seminovo tem quase o mesmo preço do zero km

Jornal do Carro

 

A situação provocada pela escassez de semicondutores não está nada boa para a General Motors. Em março, a montadora anunciou a paralisação da fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul, por falta de chips. Assim, desde então os novos Chevrolet Onix e Onix Plus, dupla campeã de vendas da marca, estão com a linha de montagem parada. E, agora, começam a faltar unidades nos estoques, o que fez o preço do Onix seminovo disparar.

 

Na prática, os valores pedidos em modelos seminovos estão perto de igualar os preços sugeridos pela GM para unidades zero km. Em conversa com concessionários da Chevrolet, o Jornal do Carro apurou que praticamente não há mais estoque para as versões de entrada e intermediária. A maioria dos consultores diz possuir apenas unidades da versão topo de linha Premier (R$ 93 mil), que tem menor participação nas vendas.

 

No caso da versão de entrada, o Novo Onix hatch utiliza o motor 1.0 aspirado de 82 cv e câmbio manual de cinco velocidades. Quem buscar pela versão seminova do modelo, gastará, no mínimo, R$ 53.625 na linha 2020, ou R$ 59.242 na linha 2021. Entretanto, esses valores ficaram até R$ 7.783 mais caros em comparação à tabela Fipe de janeiro, mês em que a linha 2021 era oferecida, em média, por R$ 51.459.

 

Versão LT automática sobe R$ 10 mil em seis meses

 

O ápice da valorização de modelos seminovos do Novo Onix é a linha 2021 da versão LT com câmbio automático. Esta custa somente R$ 80 a menos que uma unidade zero km. Atualmente, o preço de mercado do seminovo está em R$ 72.799, enquanto o novo custa R$ 72.890.

 

Cabe ressaltar que esse mesmo modelo usado custava R$ 62.065 em média. Isto é, em seis meses, a mesma versão aumentou R$ 10.734.

 

Agora, quem optar pela compra da linha 2020, essa está R$ 10.337 mais cara do que no começo do ano. De R$ 60.230, o preço inflacionou para R$ 70.567, novamente segundo a tabela Fipe.

 

Onix Plus

 

O sedã também não escapou da valorização do seminovo. Em termos de comparação, a versão LT turbo automática ficou, na média, R$ 10.452 mais cara desde o primeiro mês do ano. Ou seja, os R$ 65.878 oferecidos pela linha 2021 aumentaram para R$ 76.329. Hoje, a mesma versão com a quilometragem zerada sai por R$ 77.970.

 

Aumento repentino em abril

 

No início de março, a GM paralisou a linha de montagem da fábrica de Gravataí (RS), local onde o Onix Plus e o Onix são construídos. Por consequência, modelos novos começaram a faltar nas concessionárias e os consumidores passaram a buscar por modelos usados e seminovos.

 

Por isso, a alta procura em abril fez com que versões já rodadas custassem até R$ 3.511 a mais do que em março, como o Onix hatch LT automático. A linha 2020 subiu de R$ 63.510 para R$ 67.021.

 

Concessionárias estimam até 3 meses de atraso

 

Consultados pelo Jornal do Carro, os concessionários afirmam não ter unidades do Onix 0-km à pronta entrega. Dessa maneira, vendedores estimam que as primeiras unidades após o hiato na produção devem chegar às lojas somente entre agosto e setembro.

 

Isso na melhor das hipóteses, porque a falta de semicondutores deve perdurar até 2022, segundo a Anfavea, a representante das montadoras.

 

No caso dos novos Onix e Onix Plus, a situação é pior, pois, segundo a GM, a dupla usa cerca de 1.000 chips por unidade. Ou seja, quase o dobro da média dos carros nacionais, que é de até 600 microchips por veículo.

 

Crise dos chips afeta a Volkswagen

 

Vale lembrar que a crise dos semicondutores está afetando a indústria mundial em geral, com um impacto maior na automotiva. Em carros mais modernos são necessários milhares de chips para o sistema eletrônico.

 

Nesta última semana, por exemplo, a Volkswagen anunciou que interromperá a produção de três fábricas no Brasil pelo período de 10 dias. O motivo também é a falta do componente.

 

Segundo estudo da GM, os semicondutores estão distribuídos da seguinte maneira em carros mais tecnológicos: 30% entre os sistemas de segurança, 30% entre os módulos de conforto & conveniência, 25% entre equipamentos de conectividade e 15% nos sistemas de propulsão.

 

Por fim, Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, afirmou em nota: “Não deixaremos de oferecer o que os nossos clientes mais valorizam em um automóvel, nem focar em versões básicas em razão da escassez momentânea de suprimentos, mesmo que isso impacte temporariamente nossa produção”.

 

Segundo informou nos últimos dias o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), a Chevrolet vai a estender a paralisação da linha de montagem dos novos Onix e Onix Plus até o dia 19 de julho. (Jornal do Carro)