Estradão
A falta de peças e insumos para a indústria de caminhões deve ser resolvida até o fim de 2021. De acordo com o presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. Segundo ele, aos poucos as empresas estão aumento a produção.
Porém, Moraes afirma que “não existe uma resolução do dia para a noite”. De acordo com ele, um dos maiores entraves é a falta de semicondutores, cuja falta é global”, pondera. A análise foi feita na última terça-feira (25), durante evento virtual sobre o desempenho do setor de caminhões no Brasil.
O evento online foi promovido pela organização da Fenatran. Da mesma forma, haverá mais encontros do tipo sobre o setor de transporte rodoviário de carga. Segundo Moraes, as montadoras estão atuando em várias frentes para reduzir a questão da falta de componentes.
Mercado de caminhões em alta
Isso tem causado filas de espera para caminhões novos. Porém, Moraes não revela quanto tempo as fabricantes estão demorando para entregar pedidos. De acordo com ele, os pedidos estão sendo atendidos dentro da normalidade. Principalmente para empresas que se planejam melhor.
Segundo o presidente da Anfavea, o mercado de caminhões pode crescer ainda mais nos próximos anos. “Vejo com bons olhos os R$ 240 bilhões que estão sendo investidos em concessões. E também em obras de infraestrutura. Isso deverá trazer mais vendas de caminhões.”
Como o Estradão vem noticiando, as montadoras estão investindo em soluções logísticas e em apoio a fornecedores para manterem a produção dentro da normalidade.
Solução caseira
A VWCO por exemplo, relata falta principalmente de semicondutores, aço e plástico. Para driblar o problema, a empresa vem atuando cada vez mais com seus fornecedores. A ideia é buscar alternativas para reduzir os impactos da falta de peças.
A Foton, que traz boa parte dos itens de seus caminhões da China, também teve problemas. Contudo, a empresa informa que os maiores gargalos foram resolvidos. Agora, o obstáculo está ligado à logística.
Segundo a Foton, falta espaço nos navios e, com isso, o custo dos containers subiu muito. Assim, a companhia está conseguindo resolver a questão por meio de conversas com a matriz na China. Ou seja, está aumentando os volumes de compra para ampliar os estoques.
Mercedes-Benz tem comitê de crise
Segundo a Mercedes-Benz, o fornecimento de matérias primas é um dos maiores desafios para as fabricantes de caminhões. De acordo com a empresa, o maior gargalo sãos os itens eletrônicos. Ou seja, principalmente semicondutores e chips.
Além disso, a Mercedes-Benz relata falta de alguns produtos químicos, de metalurgia e polímeros. Porém, a empresa informa que o problema vem sendo contornado. Ou seja, por meio de uma atuação mais próxima aos fornecedores.
Nesse sentido, a empresa criou um comitê que reúne várias áreas. O objetivo é monitorar os processos de abastecimento e produção. De acordo com a empresa, o objetivo é reduzir os riscos de falta de itens. Portanto, o Brasil não foi o único país a adotar essa solução.
Preços preocupa setor de implementos
Por fim, a Iveco informa que também enfrenta problemas com fornecimento. Assim, adotou medidas como a importação de componentes. Além disso, a empresa vem buscado até novos parceiros.
Assim como as montadoras de caminhões, a indústria de implementos rodoviários está tentando equilibrar os pratos. Mas o problema para essas empresas é mais ligado à alta dos preços. Sobretudo o do aço que subiu mais de 100%.
Presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), José Carlos Spricigo disse no encontro da Fenatran que o setor celebra a alta demanda. Porém, ele informa que é difícil fazer previsões sobre preços. “A empresa recebe o pedido, mas não sabe qual será o custo na hora da entrega.”
Spricigo diz que as implementadoras tiveram de se reinventar. Também por causa da escassez de pneus, quinta roda e de cilindros. Contudo, ele afirma que em 2021 está ocorrendo a consolidação da recuperação do setor.
Segundo ele, em 2022 a demanda deve crescer ainda mais. “Mas o cenário de falta de materiais e aumento de preços preocupa”, diz. De acordo com ele, quem comprar um implemento agora receberá o produto em, no máximo, 120 dias. (Estradão)