Indústria automotiva dá sinais de recuperação, mas paralisações nas fábricas ainda podem ocorrer

Auto Esporte

 

Como indicavam os relatórios prévios de emplacamentos de veículos e os resultados das importadoras no primeiro quadrimestre de 2021, os primeiros meses do ano mostraram resultados positivos para a indústria automotiva em relação a 2020, quando os primeiros casos da pandemia de covid-19 começaram a se espalhar pelo Brasil.

 

Em coletiva realizada a Anfavea reforçou que o mercado de veículos inicia uma retomada. Com uma média de 8,8 mil emplacamentos por dia em abril de 2021, o primeiro quadrimestre fechou um volume de negócios de 703 mil unidades, índice 14,5% maior em relação a 2020.

 

Em abril do ano passado, por conta das medidas para conter a doença, o volume de produção e de vendas foi praticamente paralisado. Como exemplo disso, o crescimento de emplacamentos em abril de 2021 foi 214% maior em relação ao mesmo mês de 2020.

 

Ainda assim, tanto a fabricação de veículos novos quanto o ritmo de emplacamentos são inferiores aos de 2019 – e expressivamente menor que 2014, último ano antes da crise econômica brasileira.

 

Para ter ideia, até 2014 o país era o sétimo maior produtor de veículos e o quarto maior mercado consumidor. Hoje somos apenas o sétimo maior parque industrial automotivo (ficando atrás de Espanha e México) e o nono mercado.

 

Em 2019, por exemplo, 965,4 mil veículos foram produzidos no Brasil no primeiro quadrimestre, enquanto em 2021 o volume caiu para 788,7 mil carros fabricados.

 

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, também destacou a queda nas exportações – se em 2018, mais de 253 mil veículos foram enviados para outros países no primeiro quadrimestre, esse número caiu para 129,6 mil em 2021.

 

Para os próximos meses, Moraes considera que as fabricantes enfrentarão “desafios” por conta da escassez de componentes eletrônicos, uma crise que vem atingindo todos os setores da indústria.

 

“Existe o risco de novas paradas [das fábricas], mas não de forma generalizada”, afirmou o presidente da Anfavea. “Vamos continuar lidando com isso da melhor forma possível, mas até o final do ano teremos um sistema mais estabilizado”. (Auto Esporte/Thiago Tanji)