Stellantis quer Peugeot e Citroën (bem) mais fortes no Brasil em dois anos

AutoIndústria

 

A Stellantis quer resgatar os melhores anos de vendas da Peugeot e Citroën no Brasil. Antonio Filosa, CEO da montadora na América Latina, diz que a ideia é que, em dois anos, as duas marcas, juntas, tenham participação similar à que detinham uma década atrás, cerca de 5% do mercado de automóveis e comerciais leves.

 

Seria um salto e tanto para tão pouco tempo. Após os quatro primeiros meses de 2021, a dupla francesa tem somente 1,7% de penetração, índice semelhante que vinha colhendo nos dois anos anteriores. Em 2017 e 2016, Peugeot e Citroën responderam por cerca de 2,5% das vendas e a última vez que superaram os 3% foi no já distante 2013.

 

Além de um portfólio de produtos ampliado e renovado, como o Novo 208 e o SUV compacto de fabricação nacional que será lançado este ano pela Citroën, reposicionamento das marcas e até de preços, a Stellantis admite que pode adotar estratégia já desenvolvida pela PSA nos últimos anos no Brasil: o compartilhamento da rede de concessionárias entre as marcas.

 

A exemplo do chamado Projeto Y da PSA, que permitiu que um mesmo revendedor tenha, lado a lado, um showroom para Citroën e outro para Peugeot e por trás oficina, pós-vendas e outras dependências em comum, Filosa admite a possibilidade de ter – mais provável, deixou transparecer – um trio ou até quarteto formado de marcas juntas.

 

“Mas cada qual respeitando o DNA e a história das próprias marcas”, fez questão de enfatizar o executivo, que, ainda assim, vê esse modelo de negócio restrito a algumas regiões e cidade menores, nas quais os volumes de vendas individuais não justifiquem representantes exclusivos.

 

São ainda estudos, afirma Filosa, mas que dificilmente, já em um primeiro momento, pelo mero aspecto econômico, resultarão em algo diferente.  Mas mais sentido fará ainda quando a Stellantis consolidar na região seu projeto global de sinergias que contemplam também o compartilhamento de plataformas e, antes até, de motores e transmissões.

 

Por exemplo, a recém-lançada família de motores turbo flex desenvolvida pela FCA e já presente no Compass 2022 e confirmada para o futuro SUV da Fiat tem possibilidade de aparecer sob o capô de algum veículo das parceiras francesas em prazo nem tão distante. Segundo o CEO da Stellantis, seriam necessários, a partir da definição, pelo menos 18 meses para a adequação.

 

“Gostaríamos de ser independentes de importação de motores e suprir a maioria dos nossos veículos com motores e transmissões manuais produzidas localmente”. (AutoIndústria/George Guimarães)