CSN se antecipa e eleva preço do aço em até 18%

O Estado de S. Paulo

 

Nem os clientes foram comunicados ainda, mas a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) se antecipou à rodada de aumentos no aço e vai elevar o preço da commodity em até 18% já no mês de maio. O vice-presidente comercial da companhia, Luis Fernando Martinez, disse que o reajuste que será promovido pela empresa acompanha a alta do dólar e os preços elevados do aço no mercado externo, sem falar no minério de ferro. Segundo ele, colocando tudo na ponta do lápis, a matéria-prima encareceu 150% em reais. Em janeiro do ano passado, o dólar estava a R$ 4,04 e o minério, a US$ 90. Atualmente, o câmbio tem oscilado em torno de R$ 5,50, enquanto o minério está em um patamar entre US$ 192 e US$ 193, a tonelada.

 

Inflação

 

Será o quarto aumento da CSN apenas neste ano. A companhia reajustou os preços em 15% em janeiro, mais 15% em fevereiro e 10% em abril. A partir de sábado, 1.º de maio, os preços vão subir 18% no laminado a frio, 16,75% na folha metálica, 16,5% no laminado zincado, no galvalume e no pré pintado, e 16% no laminado a quente.

 

China

 

Numa tentativa de reduzir os custos das compras no exterior e, ao mesmo tempo, apoiar a produção doméstica, o Ministério de Finanças chinês afirmou que irá zerar as tarifas de importação sobre ferro gusa, aço bruto e matérias primas de aço reciclado e ferrocromo. Não bastasse esse impulso na demanda do país, Martinez explica que o governo chinês retirou incentivos à exportação de bobina a quente, a fim de conservar a produção no mercado interno. Assim, a tendência é que os preços internacionais subam muito, já que as siderúrgicas chinesas não bastam para abastecer o mercado doméstico e tampouco competirão por outros mercados. (O Estado de S. Paulo/Wagner Gomes, Fernanda Guimarães, Cynthia Decloedt e Juliana Estigárriba)