Portal Exame/Reuters
O volume de serviços do Brasil enfim superou o nível pré-pandemia pela primeira vez ao apresentar crescimento em fevereiro pelo nono mês seguido e bem acima do esperado, mas o setor passa a enfrentar agora uma piora nos casos de coronavírus no país e medidas de restrição mais rigorosas em vários locais.
No mês de fevereiro, o volume de serviços registrou avanço de 3,7%, em dado que ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,5%.
Com esse resultado, o setor acumula em nove meses de taxas positivas um crescimento de 24,0%, recuperando-se da perda de 18,6% registrada nos meses de março a maio de 2020 devido à pandemia.
Também fica 0,9% acima do patamar de fevereiro de 2020, antes de o coronavírus provocar o fechamento dos negócios pela primeira vez, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Mas a pesquisa do IBGE mostra ainda que, na comparação com fevereiro do ano passado, houve queda de 2,0% no volume de serviços, 12ª taxa negativa mas também melhor do que a expectativa de recuo de 3,5%.
Agora o setor, altamente dependente do consumo presencial, volta a enfrentar problemas conforme o Brasil se torna o epicentro da pandemia no mundo, com novos fechamentos em várias localidades.
E além do recrudescimento da doença, os fornecedores de serviços enfrentam ainda o alto nível de desemprego e a inflação.
Em fevereiro, foi registrado crescimento do volume de serviços em todas as cinco atividades pesquisadas. O destaque foi a alta de 4,4% em transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, atingindo seu ponto mais alto da série iniciada em janeiro de 2011.
“Nesse segmento vêm se destacando as empresas que prestam serviço de logística, que já vinha tendo alta expressiva por conta do aumento das exportações de petróleo e do agronegócio e, durante a pandemia, teve uma grande escalada de demanda, devido ao crescimento das vendas no comércio online”, explicou gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Os serviços prestados às famílias, que incluem restaurantes e hotéis, tiveram a maior alta do mês, de 8,8%, mas isso se deve à base de comparação baixa, segundo o IBGE.
“Os dois meses anteriores foram de queda e, portanto, há um longo caminho a percorrer para a recuperação, estando ainda 23,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020”, disse Lobo.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, teve em fevereiro expansão de 2,4% sobre o mês anterior, segunda alta seguida. Mas, mesmo depois de crescer 127,5% entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, ainda precisa mostrar expansão de 39,2% para retornar ao patamar de fevereiro de 2020. (Portal Exame/Reuters)