Sem governo, montadoras e sindicatos fecham acordos suspendendo a produção

Rede Brasil atual

 

De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), chegou a 13 o número de montadoras que estão paralisadas, total ou parcialmente no Brasil. São 29 fábricas paradas em função do agravamento da pandemia, de um total de 58 instaladas em território nacional. Renault, Nissan, Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania são alguns dos exemplos das multinacionais que pararam a produção em nome da saúde dos trabalhadores e das comunidades do entorno.

 

O secretário-geral do IndustriALL Global Union, Valter Sanches celebrou o entendimento entre as empresas e os sindicatos em nome da preservação da vida. Contudo, ele afirmou que iniciativas como esta deveriam ser tomadas pelas autoridades públicas, a começar pelo governo federal.

 

“O Brasil virou a terra do salve-se quem puder. Felizmente, existem sindicatos e empresas responsáveis, que tomaram iniciativas para proteger os trabalhadores. No entanto, deveria ser ao contrário. O governo federal deveria fazer um lockdown nacional, sobretudo diante dos atuais níveis de contaminação”, disse Sanches, em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual.

 

Auxílio

 

Assim como diversos epidemiologistas e infectologistas, Sanches defendeu a necessidade de um lockdown nacional por pelo menos três semanas, diante dos números alarmantes de novos casos e mortes pela covid-19 registrados nos últimos dias. Para tanto, ele defendeu o auxílio emergencial de R$ 600, para garantir a sobrevivência também dos trabalhadores informais.

 

“Essa dicotomia economia versus vida é uma idiotice, uma sandice. Como se estivessem protegendo a economia. O Brasil é a pior gestão da pandemia no mundo, notadamente. Este fim de semana, os jornais The New York Times, The Washington Post e, hoje, o The Guardian deram destaque para a situação de descontrole que acontece no Brasil. O país se tornou uma ameaça internacional”, destacou Sanches.

 

Exemplo internacional

 

Apesar das diferenças geográficas e demográficas, o líder sindical apontou a Nova Zelândia como exemplo bem-sucedido da gestão da pandemia. Após sucessivos lockdowns – o último por conta de apenas dois novos casos da doença – o país da Oceania foi um dos poucos a registrar crescimento do PIB em 2020. “Agora, a Nova Zelândia vai aumentar o salário mínimo em 7,5%. E vai elevar impostos sobre as mais altas faixas de renda em 39%. Essa é a fórmula”, ressaltou.

 

Clique aqui para assistir à entrevista. (Rede Brasil atual/Tiago Pereira)