AutoIndústria
Na contramão do mercado de veículos novos, o segmento de seminovos e usados, incluindo leves, pesados e motos, mantém trajetória de alta, com total de 1.188.887 negócios realizados em fevereiro, volume 2,5% superior ao de janeiro (1.159.997 unidades) e 16,8% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado (1.017.621) .
Ao divulgar os dados do setor nesta quarta-feira, 3, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, chamou a atenção para a perda de participação do Estado de São Paulo nas vendas nacionais de usados, fruto do aumento de 207% no ICMS desses veículos, que passou de 1,8% para 5,3% em 15 de janeiro.
“Ante quase 40% de participação que tinha até o final do ano passado, o estado passou a responder por 34% das vendas de carros seminovos e usados no País em janeiro, índice reduzido para 31,2% no mês passado. O governo de São Paulo está afugentando os negócios, que vêm sendo feitos em estados que não majoraram o ICMS”, comentou Assumpção Jr.
Na sua avaliação, o aumento do importo acarretará em relevante perda de arrecadação. “Isso já era esperado e alertamos o governo em oito encontros que tivermos antes mesmo da majoração vigorar. Agora, teremos cada vez mais informalidade no estado e as consequências serão dramáticas, como o fechamento de empresas e a perda de empregos do setor”, alertou o executivo.
Ele lembrou, ainda que são 1,7 mil concessionárias atuando em São Paulo que, juntas, empregam diretamente mais de 70 mil pessoas. “Se em meio a essa pandemia absurda, o governo ficar com mais de 55% da margem de comercialização dos veículos usados, e o empresário ainda tiver de pagar as outras despesas administrativas, como aluguel, salários e impostos federais, o que sobrará? Um saldo negativo, certamente. Como vamos sobreviver a isso?”, questionou o presidente da Fenabrave.
Para evitar o aumento do ICMS, a entidade chegou a sugerir a adoção do Renave, Registro Nacional de Veículos em Estoque, como opção para atrair a formalização dos negócios de usados. Segundo estudo contratado pela Fenabrave, apenas 20% das transações de veículos usados são formalizadas, o que representa um enorme potencial de arrecadação ao estado.
No âmbito nacional, as transações com carros e comerciais leves usados atingiram 876.306 unidades, alta de 15,1% em comparação ao mesmo mês de 2020 e de 0,82% em relação a janeiro. Do total do segmento, os seminovos, com 1 a 3 anos de uso, representaram quase 10% das negociações.
Com relação ao desempenho do mês passado, o presidente da Fenabrave diz que a suspensão do feriado de Carnaval contribuiu para o aumento das vendas, assim como a queda na oferta de carros 0 km, que levou consumidores que tinham necessidade imediata do veículo a optarem pelo seminovo. (AutoIndústria)