Governo estuda renovação de frota como estratégia para equilibrar frete

Frota & Cia/Canal Rural

 

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, sugere que uma política pública de renovação da frota de caminhões no país. Dessa forma, o Governo visa reequilibrar de forma estrutural e permanente a questão da demanda de frete no Brasil. O governo federal busca alternativas para tentar atender as reivindicações dos caminhoneiros, em especial os autônomos.

 

“Essa conjuntura difícil, que vem causando dificuldades há diversos anos, levou às paralisações em estradas brasileiras em 2015 e 2018. Além disso, ameaças de novas paralisações seguem no começo de 2021”, diz, em nota.

 

A autarquia ressalta que a proposta não é um entendimento final sobre o tema. No entanto, busca levantar pontos para uma reflexão mais ampla.

 

Tabela de fretes piorou o cenário

 

De acordo com a EPE, apesar de ter causado um impacto positivo no mercado de caminhões a tabela de frete contribuiu negativamente para a situação de caminhoneiros autônomos.

 

“Uma consequência do aumento dos fretes foi a aquisição de frota própria de caminhões por alguns grupos econômicos. Tal ação teve reflexos na retomada das vendas de caminhões no país, entretanto acabou aprofundando ainda mais a condição de sobre oferta de fretes”, explicou.

 

Em recente artigo, os consultores Adriano Pires e Pedro Rodrigues, sócios do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), também identificaram a oferta excessiva como causa da queda de renda do caminhoneiro.

 

A proposta da EPE se concentra na aquisição de caminhões antigos pelo governo, reduzindo a oferta, ao mesmo tempo em que injeta recursos na economia com o programa, o que teria potencial de estimular a demanda, e com isso reequilibrar o mercado de frete, avalia a EPE.

 

“Além de minimizar o risco de novas paralisações, essa política também promove outros benefícios, como a diminuição de emissões e de acidentes rodoviários, com menores perdas materiais e humanas, e redução dos gastos com saúde pública, além de fomentar a eficiência energética”, explica a EPE. (Frota & Cia/Canal Rural)