Caminhão elétrico importado paga menos imposto que modelos fabricados no Brasil

Blog do Caminhoneiro

 

As mudanças na matriz energética no transporte rodoviário são uma realidade que já começam a ganhar estradas em todo o mundo. No Brasil isso não é diferente. Várias empresas tem investido em nosso mercado para produzir modelos elétricos para o segmento, e a eletricidade começa a tomar uma parcela importante e sem poluição, do diesel na movimentação de cargas.

 

Porém, como em outros segmentos, os custos para produção local da tecnologia são altos, principalmente devido a impostos, burocracias e taxas para importação de componentes que não são fabricados aqui.

 

E nisso, quem saí ganhando é quem traz modelos elétricos fabricados fora do Brasil. Em setembro de 2020 foi publicada a Resolução Gecex Nº 92, que isenta das alíquotas de importação veículos elétricos que são fabricados fora do país, sem pagamentos de impostos na produção, e também não pagam taxas ao chegarem no país.

 

A medida, que é da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia pode incentivar que empresas tragam tecnologias para o país, mas acaba por inviabilizar a concorrência com empresas puramente brasileiras, que investem em tecnologias aqui, e geram empregos diretos e indiretos na produção de seus veículos.

 

Além dos impostos cobrados por componentes fabricados aqui, outros fabricados fora do Brasil e necessários para fabricação em terras brasileiras, como recebem classificação “OUTROS” por não terem sido classificados pela Receita Federal, pagam taxas de 35% geralmente.

 

Isso pode afastar investimentos no Brasil, e, como mundialmente existe concorrência entre os países por empresas, o Brasil pode perder montadoras e tecnologias para outros países, que oferecem mais incentivos e tem reduzida cobrança de impostos para a produção de veículos.

 

Ou seja, o Brasil precisa ficar melhor para os brasileiros, e incentivar, cada vez mais, as tecnologias desenvolvidas aqui. (Blog do Caminhoneiro/Rafael Brusque)