Frota & Cia
De acordo com a quantia projetada pela equipe econômica, o Brasil terá o menor valor para investimentos dos últimos 15 anos. Ao todo, são projetados gastos em torno de R$ 28,6 bi. No entanto, essa quantia pode ficar ainda menor para abrir espaço no Orçamento para gastos obrigatórios.
Como os benefícios estão atrelados ao piso nacional, o aumento do INPC se transformou numa dor de cabeça para o governo. Além disso, o reajuste se torna uma pressão a mais no teto. O problema é que o limite foi reajustado com base no IPCA acumulado até junho do ano passado (2,13%), enquanto os benefícios, pelo INPC (5,45%). Com isso, ampliando os gastos obrigatórios e reduziu o espaço paras outras despesas em 2021.
Próximos passos
Uma ala da equipe econômica defende que o ajuste nas previsões seja feito na votação do Orçamento. Entretanto, está “no limite” e que será feito no primeiro relatório, para deixar claro “quanto dinheiro se tem”. Na época em que o governo anunciou o salário mínimo em R$ 1.100, R$ 33 acima do previsto inicialmente, os técnicos informaram que o impacto de aumento nas despesas era de R$ 351,1 milhões a cada R$ 1 de aumento. Ou seja, a diferença em relação à proposta de Orçamento é de R$ 11,6 bilhões.
Para o consultor de Orçamento da Câmara, Ricardo Volpe, o fato de as despesas de Previdência terem sido superestimadas na proposta de Orçamento deve compensar em parte o impacto do salário mínimo maior. Já para 2022, a inflação mais alta até junho deste ano deve ter um efeito oposto, dando uma “folga” maior no teto de gastos no ano que vem. (Frota & Cia/André Garcia)