Linha do BNDES favorece compra de máquinas agrícolas

Correio do Povo   

 

Com o esgotamento de recursos do Moderfrota, o produtor rural tem apelado a uma linha alternativa para comprar máquinas agrícolas. Em operação desde março deste ano, o Programa BNDES Crédito Rural já aprovou um desembolso de R$ 1,3 bilhão, com empréstimos concedidos a 2,9 mil agricultores brasileiros. A linha tem juro mais alto, de 9,5% ao ano, na comparação com o Moderfrota, que possui uma taxa de 7,5% ao ano. No entanto, financia até 100% da máquina, oferece dois anos de carência e oito para pagamento, enquanto que o prazo máximo é de oito anos para quitar o crédito tomado via Moderfrota.

 

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, constata que o BNDES Crédito Rural têm tido alta adesão, inclusive dos produtores gaúchos, tanto que no mês passado as vendas de máquinas no país cresceram 29,5% em relação a novembro de 2019, mesmo com a escassez de orçamento do Moderfrota. Segundo Bier, as fábricas também foram beneficiadas com o fato de a oferta de crédito não sofrer interrupções, contribuindo para a continuidade das atividades industriais durante o ano todo. “Nos outros anos, com a falta de recursos, acontecia um ‘para e anda’ nas fábricas que era muito ruim”, lembra Bier.

 

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) acredita que a procura pelo BNDES Crédito Rural tende a aumentar ainda mais caso o governo federal não atenda o pleito de novos aportes de recursos para o Moderfrota que vem sendo feito pelo setor desde outubro. “Esta nova linha tem custo mais caro, mas é mais barata que as linhas convencionais dos bancos, que estão em torno de 11%”, observa o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas, da Abimaq, Pedro Estevão Bastos.

 

Segundo o BNDES, a nova linha ficará aberta às solicitações sem interrupções durante o ano todo, amortecendo os impactos do esgotamento de recursos dos programas agropecuários. (Correio do Povo)