Crescimento da indústria é intenso e disseminado

O Estado de S. Paulo

 

É intenso, contínuo e disseminado o crescimento da produção da indústria. Também o emprego vem crescendo, da mesma forma que evolui a utilização da capacidade instalada. Os estoques considerados em nível inferior ao desejado apesar do aumento do ritmo de operação indicam que a produção continuará a se expandir nos próximos meses. A intenção de investir, que atinge seus níveis mais altos neste ano, sugere que a modernização das instalações e dos equipamentos, bem como sua ampliação, voltaram ao horizonte do empresariado industrial.

 

São constatações da Sondagem Industrial relativa a outubro (o dado sobre investimentos é de novembro) divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

A indústria foi fortemente atingida pelas medidas de contenção da pandemia. No segundo trimestre do ano, quando as medidas de isolamento social mais afetaram o desempenho da economia brasileira, o setor mostrou queda de 12,3%. A retração foi acentuada principalmente pela queda da produção de bens duráveis, especialmente veículos, e semiduráveis, como vestuário. A crise do setor foi, de certo modo, aliviada pelo desempenho do segmento de bens não duráveis, especialmente alimentos e alguns itens de higiene.

 

A recuperação tem sido consistente. Embora o índice de evolução da produção em outubro, de 58,3 pontos, tenha sido 0,8 ponto menor do que o de setembro, continua acima da linha de 50 pontos (abaixo dela, indica redução da atividade). É o quinto mês consecutivo em que o índice se mantém acima da linha divisória.

 

Também o índice de evolução do número de empregados, de 54,9 pontos, ficou abaixo do de setembro (55,3), mas igualmente acima da linha divisória, neste caso pelo terceiro mês consecutivo. A utilização da capacidade instalada chegou a 74%, 2 pontos acima do índice de setembro.

 

A despeito da aceleração da produção nos últimos meses, os estoques estão em queda e abaixo do nível planejado, o que mostra vendas acima da produção. “Os estoques baixos sinalizam necessidade de continuar um nível de produção mais forte”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

 

O crescimento, pelo sétimo mês consecutivo, da propensão a investir mostra o otimismo do empresariado e sua disposição de ampliar a produção. (O Estado de S. Paulo)