Indústria argentina começa a debater futuro com o governo

AutoIndústria

 

A indústria automobilística argentina produziu 241,3 mil veículos nos primeiros nove meses de 2020, queda de 31,3% sobre igual período do ano passado. As vendas internas somaram 165,9 mil unidades, recuo de 28%. Apesar de ter registrado seus melhores números mensais em setembro, o setor não evitará seu pior resultado anual desde 2004.

 

Será o sétimo ano consecutivo de quedas significativas tanto na produção quanto nas vendas. Se em 2013 a Argentina fabricou e vendeu internamente 791 mil veículos leves e planejava ultrapassar a casa de 1 milhão, em 2019 foram somente 314 mil e 327 mil veículos, respectivamente.

 

Uma solução para esse desconfortável quadro começou a ser debatida na semana passada pelo governo junto com as próprias montadoras, fornecedores e trabalhadores, uma espécie de câmara setorial, modelo adotado no Brasil no início dos anos 90 também com o propósito de definir um roteiro para tirar o setor da estagnação.

 

Na Argentina, porém, as discussões integram o chamado Acordo Econômico e Social, proposto pelo governo para recuperar a economia e não só um ou outro setor, e que levantou dez pontos de consenso “para o desenvolvimento argentino”. As indústrias automotiva e metalmecânica compuseram a primeira das várias mesas setoriais que deverão cumprir um extenso cronograma de trabalho.

 

“O nosso setor trabalha em conjunto com a cadeia de valor há mais de um ano para definir uma visão comum para 2030 e que resultou em um plano estratégico para gerar competitividade e condições atrativas para os investimentos”, afirma Daniel Herrero, presidente da Adefa. “O objetivo é exportar cada vez mais e seguir avançando na consolidação de uma indústria com maior especialização, escala e integração local.”

 

No primeiro encontro foram analisados os principais eixos do chamado estudo Visão 2030 e a possibilidade de implementá-los por meio de projeto de lei, texto que também consideraria o setor como estratégico. São eles: integração nacional na cadeia de valor, inserção internacional, investimentos, indústria sustentável e futuro do setor. (AutoIndústria)