Anfavea estima 2021 com crescimento, ainda que “pífio”, para montadoras

O Tempo

 

A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, apontou nesta segunda-feira, 26, o desempenho da indústria neste ano, quando se espera vendas próximas a 2 milhões de unidades, como o novo piso do mercado nacional de veículos, o que indica uma tendência de crescimento em 2021.

 

Durante participação em congresso virtual promovido pela Autodata, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, evitou “carimbar” as previsões da entidade para o ano que vem, mas disse que, num cenário de controle da pandemia, sem segunda onda de contaminações, e avanço das reformas, é possível que o mercado alcance entre 2,3 milhões e 2,4 milhões de unidades, como vem sendo projetado por executivos da indústria automotiva.

 

Por outro lado, num cenário oposto, de novos lockdowns e descontrole fiscal, com aumento maior do que o imaginado da taxa básica de juros e do dólar, a tendência é de um crescimento que classificou como “pífio”.

 

As previsões mais recentes da Anfavea, revistas no início do mês, apontam para um mercado em 2020 de 1,9 milhão de veículos, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

 

“A gente tem que ser otimista, mas não pode fechar os olhos e não observar riscos relevantes à frente”, comentou Moraes, ao citar a perspectiva de retirada dos estímulos emergenciais que injetaram R$ 600 bilhões e deram sustentação à retomada econômica.

 

“Não dá para imaginar que o governo vai ter fôlego para injetar mais R$ 600 bilhões na economia em 2021”, assinalou o presidente da Anfavea, observando que não é aceitável em países emergentes um avanço da dívida pública a patamar superior a 100% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

Moraes disse ainda que, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego segue alta e a inadimplência pode reaparecer nos próximos meses, pressionando a disponibilidade de crédito dos bancos, as montadoras estão pressionadas por aumento de custos de insumos, em especial o aço. “Isso vai ter impacto nos preços porque a indústria terá de, em algum momento, repassar”, comentou. (O Tempo)