Confiança e maior atividade na indústria do aço

O Estado de S. Paulo

 

É acentuada a recuperação da confiança dos empresários da indústria do aço. O gráfico do Índice de Confiança da Indústria do Aço, calculado pelo Instituto Aço Brasil, depois de ter atingido seu ponto mais baixo em abril (com 16,3 pontos), vem mostrando uma nítida recuperação em “V”, tendo alcançado 85,2 pontos em outubro. “A rápida recuperação da atividade da indústria elevou a confiança dos empresários do setor para patamares recordes em todos os indicadores de situação atual e de perspectivas”, diz o boletim.

 

Os dados de produção e vendas não mostram uma recuperação homogênea nem tão evidente, pois, dependendo do produto e do período, ainda apresentam resultados negativos. Mas há sinais fortes de que o cenário está mudando para melhor.

 

Em setembro, a produção brasileira de aço bruto alcançou 2,6 milhões de toneladas, com alta de 7,5% em relação ao total apurado um ano antes, de acordo com as estatísticas mensais do Instituto Aço Brasil. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, porém, o resultado é 9,7% menor do que o de igual período de 2019.

 

Mas as vendas confirmam “a rápida e intensa recuperação do mercado interno”, segundo a entidade. O aumento de 7,1% nas vendas domésticas em setembro em relação a igual mês de 2019 parecem justificar a avaliação. Os distribuidores de aço, de sua parte, advertem que seus estoques estão abaixo do normal.

 

A produção de aços laminados, em particular os longos, apresenta resultados melhores do que a dos demais produtos. Esse desempenho reflete a gradual recuperação da produção industrial, especialmente a de veículos, bem como a acentuada recuperação da construção civil.

 

Em abril, quando enfrentou o período mais agudo da crise de demanda provocada pela pandemia de covid19, a indústria do aço operou com apenas 42% de sua capacidade instalada. Teve de abafar e desligar altos-fornos, aciarias e laminações. Com a recuperação do mercado interno, religou seus equipamentos e passou a produzir em ritmo superior ao do início do ano, antes da pandemia.

 

Na América Latina, a indústria do aço igualmente mostra recuperação, gradual em alguns países, em forma de “V” em outros. Em agosto (dado mais recente), a produção regional alcançou 4,807 milhões de toneladas, 7,9% maior do que a de julho. (O Estado de S. Paulo)