Tesla, Mercedes e Ford processam governo dos EUA por tarifas em produtos chineses

Diário de Pernambuco/Agência AFP

 

As fabricantes de automóveis Tesla, Volvo, Mercedes e Ford levaram o governo dos Estados Unidos à Justiça para solicitar o fim das tarifas sobre algumas peças importadas da China.

 

As ações foram apresentadas nos últimos dias no Tribunal Internacional de Comércio de Nova York e envolvem as taxas sobre uma lista de produtos no contexto da guerra comercial entre Washington e Pequim, que em suas alegações a Tesla considera “ilegais”.

 

As montadoras pedem a revogação das tarifas e que os direitos alfandegários pagos por importações sejam devolvidos, com juros.

 

Em um documento de 17 páginas 17 páginas, ao qual a AFP teve acesso na quarta-feira (23), a Tesla questiona as medidas impostas pelo representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer.

 

A empresa considera as tarifas adicionais de 25% impostas pelo governo Donald Trump sobre várias peças importadas pela Tesla, como as telas usadas em seus carros, como “arbitrárias, caprichosas e um abuso de poder”.

 

O grupo pede “a anulação” e solicita ser “compensado com juros” por ter pago as tarifas.

 

Em sua alegação, a Mercedes acusa Washington de “levar adiante uma guerra comercial sem precedentes, desatada e ilimitada que impacta 500 bilhões de dólares em importações” da China.

 

As tarifas punitivas impostas por Washington aos produtos da China são pagas por importadores nos Estados Unidos e reduzem as importações do país asiático e também o enorme déficit comercial que a maior potência mundial tem com a China.

 

Apesar de um primeiro acordo comercial entre Washington e Pequim no ano passado, as tarifas adicionais de 25% permanecem em vigor sobre cerca de 250 bilhões de dólares em produtos de origem chinesa.

 

Os Estados Unidos buscam com essas taxas alfandegárias reduzir seu déficit comercial com a China, mas também pressionar Pequim a reformar suas práticas comerciais, que Washington considera “injustas”, principalmente em termos de transferência de tecnologia. (Diário de Pernambuco/Agência AFP)