Nem novos concorrentes barram ascensão da Jeep

AutoIndústria

 

É certo que a concorrência tem investido muito nos SUVs também e, com o Volkswagen T-Cross, até já roubou a liderança o Renegade em 2020. Mesmo assim, a Jeep segue ladeira acima no mercado brasileiro.

 

Com quase 58,6 mil licenciamentos de janeiro a agosto, a participação acumulada da marca chegou a 5,3%, a maior de sua história no País. Sem considerar comerciais leves, segmento do qual não participa, a marca tem 6,4% do mercado de automóveis, só 0,3 ponto porcentual atrás da Toyota, que vendeu 2,5 mil unidades a mais nos primeiros oito meses do ano.

 

A ascensão é contínua. Em 2014, a Jeep vendeu pouco mais de 3 mil veículos no Brasil, equivalentes a 0,1% do mercado. Com a chegada do Renegade, seu primeiro carro nacional, já no ano seguinte ficou com 1,7% dos licenciamentos, saltou para 3% em 2016, 4% em 2017 e atingiu 4,3% em 2018. Fechou o ano passado com 4,9%, já na oitava colocação no ranking.

 

Apenas em agosto a Jeep somou 10,5 mil licenciamentos de automóveis e atingiu surpreendentes 7,4% de penetração. Foi a quinta marca mais negociada, imediatamente à frente da montadora japonesa, que teve quase 8,9 mil emplacamentos. E mesmo incluídos os comerciais leves, a participação superou os 6%.

 

Não será surpresa, portanto, se a Jeep encerrar 2020 como a sétima marca mais vendida do mercado interno de automóveis. Até porque seus dois principais produtos – Renegade e Compass, responsáveis por 99,5% das vendas – seguem garantido a liderança folgada da marca entre os SUVs e 20% de participação.

 

Se o Renegade tem sofrido um pouco mais com o avanço dos concorrentes compactos, o Compass cravou em agosto sua maior participação entre os SUVs médios desde outubro de 2016, quando foi lançado. Os 5.221 licenciamentos efetivados representaram 64,9% da categoria. Em 2020, já são mais de 27,6 mil unidades negociadas do modelo, 9,5% das 290,4 mil unidades de quarenta SUVs oferecidos no Brasil.

 

A Jeep também comemora os 3% de participação do Compass sobre o mercado total de automóveis e comerciais leves em agosto, seu melhor resultado até agora. “Se pensarmos que o líder de vendas entre todos os carros comercializados do País teve 6,1% de participação, custando cerca de 25% do valor do Compass, podemos dizer que motivos para comemorar não faltam”, destaca Alexandre Aquino, gerente-sênior do Brand Jeep para a América Latina.

 

O Compass é responsável por 47% das vendas da Jeep em 2020 e desde que a primeira unidade saiu da linha de montagem da fábrica de Goiana, PE, ultrapassou 200 mil unidades comercializadas no mercado interno – é vendido também na Europa, América do Norte e Ásia.

 

Esses números não têm passado despercebidos aos olhos das demais montadoras, que depois de investirem nos SUVs compactos agora querem roubar um naco da Jeep nos utilitários esportivos médios, segmento sabidamente de lucratividade ainda maior.

 

Não por coincidência, somente no mês passado chegaram às lojas o Caoa Chery Tiggo 8 e o Ford Territory, dois concorrentes diretos do Compass, que já disputa a preferência dos consumidores com Volkswagen Tiguan, Chevrolet Equinox e mais meia dúzia de alternativas nacionais e importadas.

 

Mas Jeep não está parada e um contragolpe, com várias vertentes, está sendo gestado pela marca. Em 2021, apresentará finalmente seus motores turbo, alterações estéticas importantes, algumas já apresentadas no exterior e iniciará a produção de seu terceiro modelo nacional, de sete lugares. Tudo para manter a direção da curva iniciada há cinco anos e que desde então é a mesma: para cima. (AutoIndústria/George Guimarães)