Conheça os modelos 8×2 que estão agradando a frotistas e motoristas autônomos

Jornal do Carro

 

Os caminhões 8×2 surgiram há cerca de dez anos como uma aposta mais competitiva, dependendo da operação, ao cavalo mecânico 4×2. O modelo ganhou boa fama entre pequenos frotistas e autônomos que atuam na distribuição. São operações em que o caminhão trafega por rodovias até as cidades. Das fazendas para os Ceasas ou centros de distribuição, por exemplo. Esses veículos plataformas são mais simples de dirigir em relação ao cavalo mecânico, que é articulado, o que garante facilidade para manobrar quando rodam dentro das cidades.

 

Dependendo do modelo, o cavalo mecânico pode ser mais caro que um caminhão rígido 8×2. Se comparar só os caminhões, há cavalos mecânicos mais baratos em relação ao chassi rígido 8×2 porque o segundo eixo é direcional – o que encarece o produto. Por outro lado, o implemento que vai acoplado ao cavalo é geralmente mais caro em relação ao usado no chassi rígido, comumente baú ou carroceria carga seca baixa.

 

Bernardo Pereira, gerente de marketing da Iveco, explica que, apesar das vantagens mencionadas sobre o 8×2 em comparação ao cavalinho 4×2, os tipos de operação e de carga serão determinantes na hora de eleger a configuração.

 

“Temos algumas experiências em que o cavalo mecânico apresentou TCO (custo total de operação) melhor. Tem que avaliar também a necessidade do cliente. Se ele precisa de versatilidade ou rodar carregado, por exemplo”, diz.

 

Vantagens operacionais

 

Esses veículos semipesados têm peso bruto total combinado (PBTC) de 29 toneladas e perdem cerca de 4 toneladas de carga líquida se comparar ao cavalo mecânico 4×2, cujo PBTC é de 36 toneladas. Um caminhão rígido 8×2 tem capacidade total de carga líquida de 18,5 toneladas. Já o cavalo mecânico com dois eixos espaçados tem capacidade de carga líquida de 22,5 toneladas. A participação dos caminhões 8×2 ainda é pequena dentro dos semi pesados de 17 a 30 toneladas. Em 2015, esses modelos participavam com apenas 7%, considerando cavaloe carreta.

 

Outras vantagens do8x2es tão relacionadas ao custo operacional. O caminhão rígido pode ser conduzido por motoristas com carteira de habilitação na categoria D. Já no caso do cavalo mecânico, o condutor deverá ter habilitação E, exigida para dirigir carretas. E, por ser um profissional mais completo, vai demandar um salário maior.

 

Os custos de operação com o cavalo mecânico também são maiores. Os dois caminhões têm a mesma quantidade de eixos, quando o 8×2 é comparado a um cavalo mecânico 4×2 acoplado a um implemento com dois eixos espaçados. Mas o cavalo terá dois pneus a mais no eixo de tração, o que gera um pênalti para o cavalo, com gasto de pneu e maior consumo de combustível.

 

Atualmente, por causa da lei da balança e das crises vividas no País, primeiro, a econômica e, a gora, a pandêmica, eles conquistaram mais espaço. Neste ano, estão com 18% de participação.

 

Do 6X2 para o 8X2

 

A popularização do caminhão 8×2 ocorreu após a Lei 13.103, conhecida como Lei do Descanso, de 2015. Ela determina que motoristas profissionais não podem dirigir por mais de cinco hora semeia interruptas. De acordo coma regra, dentro desse período, o condutor deve estacionar para descansar por 30 minutos. O tempo pode ser f racionado, mas não pode ultrapassar o limite de horas trabalhadas.

 

Com as novas regras e para não perder produtividade, os pequenos frotistas e autônomos donos de caminhões 6×2 começaram a migrar para os veículos 8×2. Eles podem transportar mais, já que os veículos oferecem cerca de 6 toneladas amais de carga útil. Um ponto de atenção é em relação ao segundo eixo direcional dos 8×2, que pesa aproximadamente 1 tonelada. Ainda assim, tem o bônus de 5 toneladas de carga útil frente ao 6×2.

 

Coma maior procura por esses modelos no mercado, as montadoras começaram a oferecer o segundo eixo direcional, que transforma o 6×2 em 8×2 de fábrica, e também mais opcionais de conforto. Todos os modelos são equipados com transmissão automatizada e, segundo as fabricantes, os clientes estão optando pela cabine leito por fazerem longas viagens rodoviárias. Por isso, a potência do motor também evoluiu para, em média, 300 cv. (Jornal do Carro/Andrea Ramos)