Williams anuncia venda da escuderia

O Estado de S. Paulo

 

Uma das equipes mais tradicionais da Fórmula 1, a Williams tem um novo dono. Ontem, em um comunicado oficial, a escuderia inglesa anunciou a venda para a Dorilton Capital, um grupo de investimento dos Estados Unidos, após revelar no final de maio passado que estava considerando uma negociação parcial ou total como forma de aliviar a pressão financeira. Os valores não foram divulgados.

 

Segundo a chefe do time, Claire Williams, filha do fundador Frank Williams, a operação garante o funcionamento e o futuro da organização em um longo prazo. “A Revisão Estratégica foi um processo útil e provou que tanto a Fórmula 1 quanto a Williams têm crédito e valor. Agora chegamos a uma conclusão e estamos muito felizes por ser a Dorilton a nova dona da equipe. Quando iniciamos o processo, queríamos encontrar um parceiro que dividisse a mesma paixão e valores, e que reconhecesse o potencial da equipe, podendo colocá-lo em prática”, disse. A empresa pediu empréstimo no mercado de R$ 320 milhões nesta temporada. Ano passado, teve prejuízo de 13 milhões de libras (R$ 86 milhões) – em 2018, no entanto, terminou o ano com lucro de 16 milhões de libras (R$ 106 milhões).

 

A Dorilton Capital é um grupo de investimento privado com sede em Nova York e tem envolvimento em setores como saúde, engenharia e manufatura. O anúncio confirmou também que não há planos para mudar o nome da equipe ou do chassi, com o novo dono reconhecendo “a importância de respeitar e manter a herança deixada pelos Williams”. Não há também planos para realocar a fábrica da equipe de sua base em Grove, na Inglaterra.

 

“É o fim de uma era para a Williams como uma escuderia familiar (…) mas esta venda garantirá a sobrevivência da equipe e, mais importante, oferecerá o caminho para o sucesso”, comentou Claire Williams no comunicado oficial.

 

Matthew Savage, presidente executivo da Dorilton Capital, falou sobre a negociação. “Estamos felizes por termos investido na Williams, e estamos muito animados pela perspectiva que o negócio traz. Acreditamos que somos os parceiros ideais para a companhia devido ao nosso estilo de investimento flexível e paciente, que permitirá à equipe focar em seu objetivo de voltar ao topo do grid.”

 

A Williams é uma das maiores equipes de F-1 e já conquistou o Mundial de Construtores nove vezes – a última em 1997. A escuderia já ficou com o título do Mundial de Pilotos sete vezes, entre elas em 1987, com o brasileiro Nelson Piquet.

 

A Williams vinha sofrendo com uma grande queda na receita nos últimos anos, devido a uma perda de performance do carro que a levou às últimas colocações do Mundial de Construtores nas últimas duas temporadas. Mas sua performance tem se mostrado melhor ao longo de 2020. O britânico George Russell e o canadense Nicholas Latifi conseguem rivalizar mais frequentemente com a Haas e a Alfa Romeo, um passo adiante em comparação com 2019.

 

Para ter mais esperanças de melhora, na última quarta-feira as 10 escuderias da Fórmula 1 aceitaram uma revisão dos acordos que regem a competição desde os anos 1980, o chamado Pacto de Concórdia. As modificações incluem uma distribuição de renda mais equitativa entre as equipes para diminuir a desvantagem nas pistas. Frank Williams ainda ficará com 52,3% da escuderia. (O Estado de S. Paulo)