Indústria cresceu em quase todas as regiões

O Estado de S. Paulo

 

Se há um aspecto positivo nos dados da Pesquisa Industrial Mensal – Regional (PIMReg) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é o de que a recuperação do setor secundário foi verificada em 14 das 15 regiões pesquisadas – a exceção foi Mato Grosso, com queda de apenas 0,4% entre maio e junho. Os dados são um sinal de alívio para as áreas menos industrializadas, que, historicamente, retomam as atividades com maior lentidão.

 

O crescimento médio da produção industrial entre maio e junho foi de 8,9%. Bem acima desse porcentual aumentaram as produções do Amazonas (+65,7%), do Ceará (+39,2%) e do Rio Grande do Sul (+12,6%). Mas além desses Estados, cujos números foram mais altos, São Paulo também figurou em boa posição, com aumento de 10,2%. É indício de que a retomada industrial poderá ganhar corpo, pois São Paulo, graças à diversificação e à capacidade da indústria de responder rapidamente à demanda, costuma antecipar tanto as tendências baixistas como, na situação atual, as altistas.

 

Em Santa Catarina também foi superada a média nacional, com alta de 9,1%. A produção industrial aumentou com menor intensidade em outras áreas, como na Região Nordeste (8%), Minas Gerais (5,8%), Paraná (5,2%), Pernambuco (3,5%) e Pará (2,8%). Níveis de crescimento inferiores a 1% foram observados em Goiás, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.

 

Embora varie conforme a região pesquisada, a recuperação da indústria poderá ganhar consistência com os indicadores promissores do comércio varejista, que demanda produtos manufaturados. A demanda crescente já permite que muitas empresas industriais voltem a produzir, enquanto outras reduzem a ociosidade do seu parque de máquinas.

 

Na avaliação dos economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o desempenho favorável da indústria tem sido influenciado por três fatores: “o amortecimento da retração da demanda agregada da economia devido ao auxílio emergencial; a implantação de protocolos de segurança sanitária dentro das empresas; e a progressiva flexibilização do isolamento social promovida em diversas partes do País a partir de junho”. É certo, portanto, que a velocidade da recuperação dependerá da redução da intensidade da crise sanitária. (O Estado de S. Paulo)