Revista Torque/EconoMídia
Refinarias e postos de combustíveis de todo o país começaram a se adequar nesta semana para fornecer a nova especificação de gasolina definida pela resolução 807/20 para os consumidores. A mudança começou a valer na última segunda-feira (3) e os estabelecimentos comerciais têm até novembro para renovar o estoque com a nova substância, que promete mais rendimento e eficiência aos automóveis. Segundo especialistas, a nova gasolina pode levar a aumento no preço cobrado nas bombas, mas o desempenho dos veículos deve compensar o gasto por litro abastecido.
Alan Ávila, diretor de produtos da ValeCard – empresa que oferece soluções de tecnologia para gestão de frotas – afirma que o principal fator alterado na nova gasolina é a densidade. O padrão mínimo exigido agora é de 715 quilos por metro cúbico, o que significa que cada litro deve pesar, no mínimo, 715 gramas. Quanto mais densa, melhor a eficiência do combustível no motor.
Isso acontece por conta da eficiência energética: o aumento da densidade da gasolina – ou seja, quanto mais “pesada” for – permite que o aproveitamento de energia seja potencializado e o veículo perde menos combustível durante seu funcionamento. A mudança na densidade permitirá que o automóvel rode por mais quilômetros com a mesma quantidade de gasolina.
“A mudança também deve facilitar a fiscalização e melhorar o rendimento da gasolina nos carros e motos. A norma estabelece critérios mínimos que não existiam, e aproxima a qualidade da gasolina brasileira à da Europa e Estados Unidos”, explica Alan Ávila.
Os componentes químicos utilizados para produzir o combustível mais denso são mais caros – o que deve ajudar no combate à venda de gasolina adulterada no país, de acordo com Alan. Isso também significa aumento nos custos de produção, que deverão ser repassados ao consumidor final. Mas ainda não há clareza no mercado sobre quanto será o impacto no bolso do motorista. Segundo Diego Argenta, diretor geral de varejo da Rede SIM – uma das maiores rede de postos de combustíveis do Rio Grande do Sul – é cedo para definir quão mais caro ficará a gasolina. “A Petrobrás, que é o principal fornecedor do país, não se pronunciou sobre o assunto até esse momento. Estamos aguardando um posicionamento”. (Revista Torque/EconoMídia)