A despeito da pandemia, Marcopolo mantém liderança na produção brasileira de ônibus

Portal da Silvana Toazza

 

É inegável a brusca queda do mercado de transporte em decorrência da Covid-19 no Brasil e no Exterior. Mesmo com esse freio, em virtude da retração na circulação de pessoas, a caxiense Marcopolo responde por mais da metade da produção de carrocerias de ônibus no país.

 

A empresa mantém, no momento, 53,4% de market share (cota de mercado), contra 49,4% de participação no mesmo período de 2019. Com isso, segue líder na produção brasileira de carrocerias de ônibus. Uma recuperação gradativa de volumes de vendas é esperada a partir de outubro, especialmente em exportações.

 

No segundo trimestre de 2020, conforme dados divulgados ao mercado, a companhia registrou lucro bruto de R$ 130,5 milhões (contra R$ 175,5 milhões de abril a junho de 2019) e lucro líquido de R$ 1,3 milhão (contra R$ 90,9 milhões no mesmo período do ano passado).

 

A produção total da Marcopolo alcançou 2.335 unidades no segundo trimestre deste ano, 45,7% inferior na comparação anual. A retração encontrou eco na produção total de ônibus no país, que registrou queda de 43,2% em relação ao segundo trimestre de 2019, somando 3,3 mil carrocerias.

 

O reflexo também deve-se a medidas de combate à pandemia, que fizeram com que as fábricas da Marcopolo no Brasil fossem afetadas pela concessão de férias coletivas nas duas primeiras semanas de abril. Também houve paralisações em praticamente todas as operações da companhia no Exterior, por conta do coronavírus.

 

No momento, todas as unidades fabris da Marcopolo encontram-se em atividade. Contudo, a maioria opera com âmbitos menores de produção e mão-de-obra na comparação com igual período de 2019.

 

“Como resposta a esse cenário, a Marcopolo estendeu a duração da carteira de pedidos, e rapidamente concentrou esforços em duas grandes frentes: adequação de custos e preservação de caixa, por um lado, e o desenvolvimento de alternativas que viabilizem nossos clientes a voltarem a operar com segurança, com o lançamento da plataforma Marcopolo BioSafe, com uma série de soluções de biossegurança”, afirma José Antonio Valiati, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Marcopolo.

 

No segundo trimestre, a receita líquida da Marcopolo somou R$ 798,5 milhões, redução de 30,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

As atividades de fretamento, linhas rodoviárias intermunicipais e vendas públicas, sobretudo no âmbito do programa federal Caminho da Escola, seguem sustentando as vendas de rodoviários leves, urbanos, micros e Volare.

 

Mercado externo puxa negócios

 

As exportações da Marcopolo mostram melhor desempenho na comparação com o mercado brasileiro, por duas variáveis: desvalorização cambial e bom momento nas entregas ao continente africano. Ou seja, o menor volume de unidades segue sendo parcialmente compensado pela maior rentabilidade das operações, considerando o atual patamar do câmbio.

 

A companhia projeta que as exportações devem ser alavancadas a partir do quarto trimestre do ano, com novas entregas no Exterior.

 

“Todos os segmentos de mercado foram afetados pela retração de demanda, causada pelas restrições nos transportes no Brasil e no exterior. Mesmo neste cenário, podemos destacar a menor queda de volumes da nossa controlada australiana Volgren. A unidade teve a produção interrompida por apenas 10 dias, trazendo lucro no segundo trimestre e com perspectivas positivas também para o segundo semestre”, diz Valiati.

 

Outro destaque, a operação colombiana da Superpolo obteve rápida retomada desde a volta da produção no início de maio e deve permanecer entregando resultados consistentes durante todo o ano de 2020, tendo uma carteira de pedidos mais extensa associada à renovação da frota de Bogotá. Em contrapartida, as unidades na Índia e no Canadá trouxeram impactos negativos. (Portal da Silvana Toazza)