Vendas de veículos pesados alcançam patamar pré-pandemia

AutoIndústria

 

As entregas de veículos comerciais pesados no mês passado registraram um crescimento de 13,46% com o registro de 11,4 mil emplacamentos de caminhões e ônibus ante 10 mil anotados em junho. Na comparação com julho de 2019, quando totalizou 9,6 mil unidades, o volume vendido representou discreta alta de 0,17%.

 

No balanço dos sete primeiros meses divulgado pela Fenabrave na terça-feira, 4, no entanto, o acumulado do ano preserva uma retração expressiva de 19,4%. De janeiro a julho, o mercado transportador absorveu 59,9 mil veículos contra 70,6 mil registrados há um ano.

 

Os números já se apresentam aos patamares registrados antes da pandemia, com volumes médios entre 10 mil e 12 mil unidades mensais. Vendas que os segmentos de caminhões e ônibus vinham registrando ao longo do ano passado.

 

Agronegócio aquece venda de caminhões

 

O segmento de caminhões desponta como o que menos deve sofrer com a crise sanitária no setor. Em julho, as 9,5 mil unidades que chegaram nas ruas e estradas representaram altas de 8,7% sobre junho, quando somou 8,7 mil emplacamentos, e de 5,8% relação ao mesmo mês do ano passado, com 9 mil registros.

 

Segue em queda, no entanto, quando a comparação se detém entre os acumulados dos anos. Enquanto de janeiro a julho de 2019 o mercado atingia 55,8 mil caminhões licenciados, no mesmo período de 2020 totalizou 47,1 mil emplacamentos, recuo de 15,6%.

 

“A demanda do agronegócio diante da estimativa de mais uma forte safra tem contribuído, especialmente devido as vendas de pesados e extra-pesados”, avalia Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. “Hoje, compras de modelos com capacidade acima de 30 toneladas só poderão ser entregues no último trimestre. A rede já registra pedidos para o outubro.”

 

Caminho da Escola ajuda desempenho mensal

 

No segmento de ônibus, as vendas de julho somaram 1,8 mil unidades, volume 45,6% superior em relação ao de junho, com 1,3 mil. Apesar da alta significativa, o resultado ainda se mostrou insuficiente para superar a queda de 21% no confronto com o mesmo mês de 2019, quando anotou quase 2,4 mil licenciamentos.

 

De acordo com a Fenabrave, as entregas realizadas para o Caminho da Escola, programa do governo focado no transporte escolar em zonas rurais de estados e municípios, foram os principais motores do desempenho do segmento no mês passado.

 

No acumulado do ano, as vendas de ônibus seguem retraídas. De janeiro a julho as 9,7 mil unidades negociadas representaram um declínio de 34% na comparação com os sete primeiros do ano passado, quando os emplacamentos de ônibus totalizavam 14,8 mil unidades. (AutoIndústria/Décio Costa)