Mercado de veículos usados mantém trajetória de alta

AutoIndústria

 

Após atingir o fundo do poço na primeira semana de abril, com apenas 3,8 mil unidades comercializadas por dia, o mercado de veículos usados vem reagindo gradativamente e atingiu 41,6 mil transações/dia na semana passada, montante apenas 23,9% inferior ao do período pré-pandemia. A média diária de janeiro e fevereiro foi de 54,7 mil usados.

 

Divulgados nesta segunda-feira, 29, pela Fenauto, entidade que representa os lojistas de veículos multimarcas, os dados vão ao encontro de tendência  já manifestada por representantes da indústria e do varejo de que o mercado de usados tende a reagir, inicialmente, de forma mais significativa do que o de veículos 0 km.

 

“Essa movimentação positiva é importante não apenas para nosso setor, mas para toda a economia que esteve paralisada por tanto tempo”, comenta o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos. “Estamos monitorando o índice de confiança do consumidor, além do comportamento da propagação da transmissão do vírus, para avaliarmos passo a passo o que poderá acontecer”.

 

Os números começaram a melhorar a partir da quinta semana de abril, que registrou 18,4 mil unidades negócios por dia, com retomada mais expressiva a partir do início de junho, quando começou o abrandamento das regras de quarentena em várias cidades do País e os Detrans voltaram a operar. A média diária em junho cresceu consecutivamente, com os seguintes resultados entre a primeira e a última semana: 28,9 mil, 29,5 mil, 40,5 mil e 41,6 mil usados.

 

Apesar de ainda haver algumas incertezas, com o possível retorno de medidas de quarentena e fechamento do comércio em algumas localidades, a previsão é que o movimento positivo se mantenha constante a partir de agora. Em live promovida pela Anfavea com o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, o consultor Ricardo Barcellar e representantes da Webmotors e do Google, um dos temas abordados foi justamente a possibilidade de o mercado de usados reagir mais rapidamente do que o de novos.

 

Segundo o CEO da Webmotors, Eduardo Jurcevic, há um movimento de troca de um veículo mais novo por um mais usado por parte de quem está precisando embolsar algum dinheiro, o que tem contribuído para movimentar os negócios no segmento. O importante, segundo os participantes da live, é que a demanda crescente por seminovos e usados acaba gerando, numa segunda onda, procura maior também pelos veículos novos. (AutoIndústria)