Jornal do Carro
As raízes da Alfa, no entanto, vêm da francesa Darracq, que possuía uma subsidiária na Itália desde 1906. Como os negócios da empresa não decolaram em solo italiano, os controladores da Darracq resolveram criar a Alfa, e aproveitar o prédio já construído em Milão.
Já em 1911, a marca esteve presente na Targa Florio, dando início à íntima relação da Alfa com as pistas. O uso em competições, aliás, foi um dos incentivos para o desenvolvimento de novas tecnologias desde cedo nos carros da marca.
Ainda jovem, a empresa precisou interromper suas atividades durante a Primeira Guerra Mundial. Da fábrica em Milão saíram munição, motores de aviões, compressores e geradores de energia com tecnologia baseada na produção de automóveis.
De vez, Alfa Romeo
Após a guerra, a produção foi retomada e a partir de 1920 os primeiros modelos com emblemas Alfa Romeo chegaram às ruas. Os modelos também caíram logo nas mãos de pilotos, que deram sequência ao sucesso da fabricante em competições. Entre os que guiaram Alfas ainda nos anos 20, um nome conhecido: Enzo Ferrari.
Nos anos seguintes, a marca firmou sua posição nas pistas e passou a produzir modelos de luxo. A Alfa Romeo se tornou um símbolo da Itália, com modelos encarroçados pela Touring ou pela Pininfarina.
Após a Segunda Guerra, a Alfa se modernizou e começou a produzir carros menores, com motor transversal e tração dianteira. Emblemas como Giulietta e Giulia surgiram entre os anos 50 e 60. E foi nesse período que alguns dos modelos mais bonitos e icônicos da marca apareceram.
Passagem pelo Brasil
Nos anos 60 também ocorreu um capítulo curioso da marca. A estatal Fábrica Nacional de Motores começou a produzir uma versão brasileira do Alfa Romeo 2000. O modelo marcou toda uma geração por aqui e era considerado um dos carros nacionais mais avançados da época.
Mesmo com o sucesso, a marca já passava por dificuldades financeiras. A Alfa Romeo era estatal, e a saúde financeira da empresa flutuava de acordo com a situação política da Itália da época.
“Era” Fiat
A solução foi a inevitável união com a Fiat e reestruturar a empresa nos anos 80. Curiosamente, o negócio só “foi para frente” de vez quando a Ford fez uma proposta para adquirir parte Alfa. Para manter a marca “em mãos italianas”, a Fiat ofereceu comprar a empresa inteira. A Alfa foi unida à Lancia e as duas passaram a fazer parte do Grupo Fiat em 1986.
A união, no entanto, não foi sem polêmica. O presidente da marca na época, Ettore Massacesi, chegou a afirmar que a Alfa jamais usaria motores Fiat. Os propulsores eram, e ainda são, a “alma” da marca. Motores afora, a marca iria cooperar integralmente com o grupo.
E de fato, os Alfa mantiveram forte identidade própria após a compra pela Fiat. O estilo icônico dos modelos, carros especiais e de alta performance continuaram no radar da fabricante. Algumas parcerias com a Maserati, também incorporada pela Fiat, deram origem a carros como o Alfa Romeo 8C Competizione.
Nos anos 1990, a Alfa voltou ao Brasil com a reabertura das importações. O mercado nacional viu os modelos mais modernos, como 164, 155 e 146 serem trazidos regularmente pela Fiat. No entanto, a marca saiu do País em definitivo no início dos anos 2000.
O período também foi marcado por dificuldades financeiras também na matriz. A situação só foi começou a melhorar depois da formação da FCA, resultante da união entre Fiat e Chrysler. Isso permitiu o retorno gradual da marca ao mercado americano, onde também sempre teve presença intermitente nas décadas anteriores.
Mercado americano
A Alfa, no entanto, só voltou de fato aos Estados Unidos em 2014, após anos de especulações. A marca passou a importar o esportivo 4C para lá em volumes pequenos. No entanto, sedimentou a presença para a chegada dos novos Giulia e Stelvio, vendidos desde 2017. Os dois modelos são os pilares da linha atual.
No Brasil, o retorno da Alfa é especulado desde a década de 2000, após sua saída. No entanto, a Alfa acabou nunca retornando e, diante do cenário atual no País e no mundo, dificilmente voltará tão cedo. (Jornal do Carro)