Somadas, Peugeot e Citroën têm só 1,5% do mercado brasileiro

AutoIndústria

 

APSA é a única montadora a não definir uma data para retomar a produção no Brasil. Na semana passada, ao contrário, anunciou a decisão de manter a fábrica de Resende, RJ, paralisada por tempo indeterminado.

 

Se a linha de montagem está inoperante há mais de 70 dias, as vendas de veículos de Citroën e Peugeot, as duas marcas do grupo, seguem perdendo fôlego, mesmo considerado o obrigatório fechamento das concessionárias por conta das medidas sanitárias.

 

Enquanto o mercado brasileiro recuou 38% nos primeiros cinco meses de 2020, a queda de ambas foi bem mais expressiva. A Citroën acumulou 5,7 mil licenciamentos, 51% abaixo do resultado de igual período do ano passado, e a Peugeot teve desempenho ainda pior: vendeu somente 4 mil veículos, 61% a menos.

 

Décima-primeira marca mais vendida em 2019, a Citroën, com 0,9% de penetração, perdeu uma posição no ranking acumulado de janeiro a maio e a Peugeot deteve modestíssima participação de 0,6%, o que determinou a queda da 12ª colocação do ano passado, para o 14º posto em automóveis e comerciais leves.

 

Mais preocupante, a Peugeot começa a ser ameaçada pela BMW – sim, uma marca premium e que não conta com utilitários -, que negociou mais de 3,3 mil automóveis em 2020 e, considerados apenas os carros, já está à frente da própria Peugeot, que vendeu 2,8 mil unidades.

 

Em maio, particularmente, com somente 222 carros de passeio licenciados, mais da metade deles do SUV 2008, a francesa ficou atrás ainda de Audi (256 unidades) e Mercedes-Benz (227) e apenas um veículo à frente da Volvo.

 

Com a decisão de manter suas linhas desativadas, a PSA deve entender que os estoques nos pátios da fábrica de  Resende e dos revendedores são satisfatórios para as próximas semanas, tendo em vista o lento ritmo dos licenciamentos de Citroën e especialmente da Peugeot, que está próxima de lançar a nova geração do 208, agora produzida na Argentina.

 

Oficialmente, entretanto, a montadora diz que a extensão da paralisação deve-se ao atual quadro da Covid-19 no País e que a volta da produção dependerá da involução da pandemia. “Vamos avaliar o melhor momento para retorno no futuro, a fim de garantir as condições mais seguras possíveis e o bem-estar de nossos colaboradores”, afirmou em nota. (AutoIndústria/George Guimarães)