Sindipeças vê chances de início da retomada no 3º trimestre

AutoIndústria

 

Em webinar com os associados da entidade para apresentar ações em curso e refletir sobre o futuro do setor, o presidente do Sindipeças, Dan Ioschpe, fez questão de frisar que o momento é de cautela, destacando ser difícil prever como será o comportamento do mercado no pós-pandemia da Covid-19.

 

Citou exemplos positivos como o da China, que já em abril conseguiu desempenho nas vendas automotivas similar ao do mesmo mês do ano passado, mas lembrou que a inusitada crise institucional instalada no Brasil traz preocupações adicionais com relação às medidas corretas ou óbvias a serem tomadas para uma retomada local.

 

De qualquer forma, fez uma avaliação sobre a expectativa do setor em relação aos próximos meses. Lembrou que o segundo trimestre está sendo muito difícil, com perspectiva de em junho haver um movimento no mercado automotivo equivalente a 40% ou até 50% do registrado antes da chegada do novo coronavírus ao País.

 

“No terceiro trimestre deve melhorar um pouco, começando com um patamar próximo de 50% nesse mesmo comparativo até chegar a 70% ao final do período”, comentou o empresário, prevendo um quarto trimestre com vendas equivalente a 70% a 80% das registradas um ano antes. Por essas contas, a queda das vendas de veículos no ano giraria em torno de 30% a 40%, projeção já feita por alguns executivos das montadoras, caso do presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa.

 

O importante na hora da retomada, como ressalta o presidente do Sindipeças, é estar atento ao comportamento da demanda – ainda totalmente incerto – para equilibrar a oferta. E dentre tantas incertezas, uma coisa é certa, disse Iochpe: “Ninguém sairá ileso desta crise. Ninguém sairá sem feridas”. Até porque, como lembrou, o mundo vive uma situação sem precedentes. “Nenhum de nós previu em algum exercício de gestão de risco que passaríamos mundialmente pelo que estamos passando”.

 

Flexibilização trabalhista

 

No webnar realizado na semana passada, Dan Iochpe também fez um balanço das ações do setor e do governo neste período de crise. Destacou como positiva a proteção da força de trabalho, com a adoção das medidas de flexibilização adotadas a partir da medida provisória 936, que vem garantindo a manutenção dos empregos no setor.

 

Também citou como relevante as ações das empresas em prol do combate à pandemia da Covid-19, com medidas de apoio aos profissionais da saúde e à sociedade em geral, e a preparação adequada das fábricas para o retorno ao trabalho com garantias à saúde e à segurança dos trabalhadores.

 

O negativo, na sua avaliação, é a dificuldade atual para obtenção de crédito junto ao sistema financeiro. O presidente do Sindipeças frisou que a entidade continua trabalhando para a redução da tributação e a irrigação do sistema para que não haja quebra na cadeia de pagamentos.

 

No âmbito federal, as empresas não conseguiram isenção de impostos, mas terão prazo para pagá-los posteriormente. Medida similar ainda vem sendo discutidas com estados e municípios, assim como linhas de crédito para as grandes empresas poderem dar suporte à cadeia automotiva como um todo. (AutoIndústria)