O Estado de S. Paulo
A Nissan decidiu prolongar a parada da produção em sua fábrica em Resende (RJ) por mais 30 dias. A volta estava prevista para a próxima segunda-feira, mas a empresa informou nesta tarde que só as atividades só devem ser retomadas em 22 de junho.
A montadora informa que a medida tem como objetivo assegurar a saúde e o bem-estar de seus colaboradores, fornecedores, suas famílias e a sociedade em geral, além de também refletir a situação dos estoques à nova realidade do mercado automotivo em decorrência da pandemia da covid-19 no País.
Os funcionários da área de produção vão continuar seguindo o modelo de suspensão temporária do contrato de trabalho, e os administrativos seguem com redução proporcional da jornada de trabalho e salários, ambas previstas no Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, criado pelo governo federal pela MP 936.
Com isso, as três fabricantes de origem japonesa, Honda, Nissan e Toyota, além da Ford, da PSA Peugeot Citroën e da Jaguar Land Rover só vão reabrir suas fábricas no Brasil no próximo mês.
Outras fabricantes ainda devem retomar a produção neste mês, como a Volkswagen. A empresa voltou a operar parcialmente a fábrica de São José dos Pinhais (PR) na segunda-feira e prevê a reabertura das unidades de São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos no fim do mês.
Estoques elevados
A General Motors também reabriu as portas da planta de São Caetano do Sul na segunda-feira, mas não informa quando fará isso nas fábricas de Gravataí (RS), Joinville (SC), São José dos Campos e Mogi das Cruzes (SP). As demais fabricantes já estão em operação, a maioria de forma parcial, com jornadas reduzidas.
O setor iniciou maio com estoques de 237 mil veículos, equivalentes a quatro meses de vendas de acordo com a média diária dos negócios em abril. No mês passado, as vendas de veículos novos somaram 55,7 mil unidades, número 76% inferior ao de um ano atrás.
No acumulado do ano, foram vendidos 613,8 mil veículos, 27% abaixo do resultado de 2019. Dados preliminares indicam uma melhora nas vendas diárias na primeira quinzena deste mês. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)