Coronavírus: mercados internacionais têm queda por chance de nova onda de contaminações

O Estado de S. Paulo

 

Após os mercados internacionais terem desempenhos positivos em meio ao relaxamento de medidas de isolamento social em países da Europa e da Ásia, as Bolsas de ambos os continentes têm queda nesta terça-feira, 12, por conta de uma possível nova onda de contaminações nas duas regiões, que haviam registrado queda nos novos casos do novo coronavírus, causador da covid-19.

 

Recentemente, por exemplo, na China, a Disney reabriu o parque que possui em Xangai, com pessoas utilizado máscaras e atrações limitadas. Além disso, Hong Kong é outro exemplo de reabertura na região do Pacífico. O governo local afirmou na semana passada que adotaria medidas de relaxamento do isolamento e que permitiria a reabertura de alguns estabelecimentos. Na Europa, a Itália e França vêm adotando menor isolamento social e a Alemanha já projeta volta do futebol no país.

 

Agora, países como China e Coreia do Sul relatarem um ressurgimento de casos de coronavírus. A cidade chinesa de Wuhan, onde o surto de covid-19 teve início, registrou infecções após mais de um mês sem novos casos. A doença voltou a ganhar força também na Alemanha, após a maior economia europeia começar a relaxar medidas de confinamento.

 

Bolsas da Ásia

 

As Bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta terça-feira, ainda pressionadas por sinais de uma nova onda de infecções por coronavírus na região e também na Europa e após a divulgação de dados fracos de inflação da China.

 

O índice japonês Nikkei caiu 0,12% em Tóquio, a 20.366,48 pontos, enquanto o chinês Xangai Composto recuou 0,11%, a 2.891,56 pontos, o Hang Seng cedeu 1,45% em Hong Kong, a 24.245,68 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 0,68% em Seul, a 1.922,17 pontos, e o Taiex registrou queda de 1,21% em Taiwan, a 10.879,47 pontos.

 

No Japão, destaque negativo para ações das montadoras Toyota (-1,97%) e Honda (-3,48%), que divulgaram balanços nesta madrugada. Exceção, o menos abrangente índice chinês Shenzhen Composto subiu 0,33% nesta terça, a 1.810,73 pontos.

 

No campo macroeconômico, o coronavírus continua tendo forte impacto na China. Em abril, o índice de preços ao produtor do gigante asiático sofreu queda anual de 3,1%, a maior em quatro anos e bem mais intensa do que previam analistas. Já a taxa anual de inflação ao consumidor chinês desacelerou de 4,3% em março para 3,3% em abril.

 

Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o viés negativo da Ásia e ficou no vermelho. O S&P/ASX 200 caiu 1,07% em Sydney, a 5.403,00 pontos.

 

Bolsas da Europa

 

As Bolsas europeias operam majoritariamente em baixa no começo do pregão desta terça-feira, ainda pressionadas por uma nova onda de casos de coronavírus em países como Alemanha, China e Coreia do Sul, após o alívio de algumas medidas de confinamento.

 

Às 4h07, no horário de Brasília, a Bolsa de Londres caía 0,10%, a de Frankfurt recuava 0,30% e a de Paris se desvalorizava 0,43%. Já a de Lisboa tinha baixa de 0,99%, mas as de Milão e Madri subiam, de maneira tímida, 0,38% e 0,20%, respectivamente.

 

Petróleo

 

Os contratos futuros de petróleo operam em alta na madrugada desta terça-feira, se recuperando após um ajuste negativo na segunda-feira, 11, que se seguiu a ganhos significativos na semana passada, com investidores voltando a focar notícia de que a Arábia Saudita fará um esforço adicional de cortar sua produção em 1 milhão de barris por dia em junho, além do já comprometido no âmbito do acordo da Opep+, grupo que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados.

 

Continuam no radar, no entanto, sinais de que alguns países enfrentam uma nova onda de casos de coronavírus, após começarem a relaxar medidas de confinamento. Às 4h24 (de Brasília), o barril do petróleo WTI para julho subia 2,31% na Nymex, a US$ 25,66, enquanto o do Brent para o mesmo mês avançava 1,59% na ICE, a US$ 30,10. (O Estado de S. Paulo/Sergio Caldas e Felipe Siqueira)