Scania e Volks Caminhões voltam a operar

O Estado de S. Paulo

 

A Scania vai retomar a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, na próxima segunda-feira, assim como a MAN/Volkswagen, de Resende (RJ). Ambas são fabricantes de caminhões e ônibus.

 

São as duas primeiras empresas do setor automotivo a reabrirem as fábricas após um mês de paralisações em razão de medidas para evitar o contágio do novo coronavírus. Nesse período, 63 fábricas suspenderam atividades e mais de 100 mil trabalhadores ficaram em férias coletivas.

 

Já Honda e Hyundai, que também pretendiam retomar atividades na segunda-feira, optaram por prorrogar as paradas. A Hyundai volta no dia 27 de maio e a Honda só em 25 de junho.

 

A maioria das empresas está fazendo acordos de redução de jornada e salários ou de suspensão de contratos de trabalho (previstos na MP 936) porque a retomada será em ritmo inferior ao de antes do fechamento pois o mercado de veículos registra significativa queda nas vendas.

 

A Scania é a única, até o momento, que não vai se valer da MP 936. A empresa criou um banco de horas específico para o período em que os funcionários ficaram em casa por causa da covid-19 a ser compensado futuramente. Não haverá alteração nos salários, mas o valor do programa de Participação nos Resultados da Empresa será revisto, pois é calculado de acordo com o número de veículos produzidos por dia. A empresa tem cerca de 4 mil funcionários.

 

O vice-presidente de Recursos Humanos da Scania Latin América, Danilo Rocha, disse que o grupo está dedicado “a encontrar uma solução equilibrada que seja boa para nossos colaboradores e para a sustentabilidade financeira da empresa”.

 

A Volkswagen/MAN, cujo complexo reúne um grupo de fabricantes de autopeças e emprega 4,5 mil pessoas, também fechou acordo de redução de jornada e salários com os trabalhadores da área administrativa e de suspensão de contratos com o pessoal da produção.

 

Sem demissão

 

Maior fabricante de caminhões e ônibus do País, a Mercedes-Benz retoma atividade gradualmente em 4 de maio na planta de São Bernardo do Campo, onde trabalham 8 mil pessoas. Acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC prevê corte de jornada e salários em 25% para o pessoal administrativo até o fim de julho. Boa parte seguirá em home office.

 

Para o pessoal da produção será adota da suspensão temporária de contratos de trabalho, também com corte de 25% nos salários. Cerca de 50% deles ficarão em casa de 4 de maio a 30 de junho. Quando eles retornarem, a outra parte terá os contratos suspensos de 1º de julho a 31 de agosto.

 

A empresa informou que, desta maneira, “mantém seu compromisso de evitar demissões, além de assegurar a sustentabilidade do seu negócio”. Nas unidades do grupo em Campinas e Iracemápolis (SP) e Juiz de Fora (MG), as negociações seguem em andamento.

 

Paradas prorrogadas

 

A Honda, que também previa retomar a produção no dia 27 nas fábricas de Sumaré e Itirapina, no interior de São Paulo, decidiu continuar parada por mais dois meses. Nesse período, a maior parte dos funcionários da produção terá os contratos de trabalho suspensos e os salários reduzidos em até 25%, de acordo com a faixa salarial.

 

Segundo a empresa, quem ganha até R$ 3.115 vai receber o valor integralmente. A Honda informou que a extensão da parada das atividades visa assegurar a saúde e segurança dos funcionários, bem como adequar a produção à demanda atual do mercado de automóveis.

 

Os 2,7 mil funcionários da Hyundai, com fábrica em Piracicaba (SP), ficarão mais um mês em casa, com contratos suspensos, mas sem perdas. Após acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, a empresa vai complementar o auxílio emergencial pago pelo governo e o salário líquido não será reduzido. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)