Diário do Grande ABC
A disseminação do coronavírus para fora da China começou a impactar o mercado automotor mundial. A Toyota, por exemplo, disse que operação de suas fábricas no Japão pode ser afetada pelo fato de o vírus estar se espalhando nas últimas semanas.
No Grande ABC, principal polo automotivo nacional, as montadoras sediadas ainda não precisaram tomar medidas mais drásticas contra a doença, mas relataram que estão atentas para qualquer desdobramento do tema.
Atualmente são cinco as fábricas do segmento na região: Toyota, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen, em São Bernardo; GM (General Motors) em São Caetano. Até outubro São Bernardo também abrigava a Ford, que encerrou suas atividades após mais de 50 anos instalada em parque fabril no bairro Taboão.
Ontem, o governo federal confirmou o primeiro caso de coronavírus no País. Trata-se de um brasileiro que recentemente esteve na Itália, nação da Europa com maior registro de infectados da nova doença.
No Japão, a Toyota conta com 16 unidades – entre fábricas de veículos e de componentes – e, conforme a empresa, por enquanto tem recebido peças de firmas chinesas. Mas essa liberação pode ser revista nos próximos dias.
Questionada, Toyota disse que nenhum colaborador da empresa está atualmente na província de Hubei ou na cidade de Wuhan. “Devido a vários fatores, incluindo as diretrizes dos governos locais e regionais e a situação do fornecimento de peças, desde 17 de fevereiro, a Toyota China vem retomando gradativamente a produção num único turno operacional. A situação está sendo monitorada e novas decisões serão tomadas sobre as operações a partir de 2 de março. Até o momento, não há impacto na produção brasileira por conta disso”, informou, em nota.
As demais montadoras da região declararam que monitoram a situação, mas também não há impactos na produção.
Para o coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, ainda é difícil dizer qual o impacto nas montadoras, já que isso depende da demanda de cada uma. “Depende muito dos continentes que são afetados e quais componentes são oriundos deste país”, afirmou, porém, segundo ele, ainda não há preocupações urgentes na produção nacional e da região. (Diário do Grande ABC/Yara Ferraz)