Falta de bateria interrompe produção de SUV elétrico da Jaguar

Olhar Digital/The Verge

 

A Jaguar Land Rover precisará interromper a fabricação de seu SUV elétrico I-Pace por uma semana, devido a problemas com o fornecedor de baterias LG Chem, que ficou sem unidades disponíveis para distribuição. A interrupção começará na próxima segunda-feira (17).

 

A paralisação será na fábrica de Graz, na Áustria, onde a fabricante contratada Magna Steyr faz o I-Pace para a Jaguar Land Rover. Quando os I-Paces pararem de sair da linha de montagem, será a terceira vez que uma falta de baterias na LG Chem afetará a produção de um veículo elétrico.

 

Em 2017, a Hyundai ficou para trás na produção de seu carro elétrico Ioniq porque a LG Chem supostamente não conseguia acompanhar a demanda por suas baterias. Já em abril de 2019, uma escassez de suprimentos da LG Chem obrigou a Audi a atrasar as entregas do E-Tron, seu primeiro veículo elétrico. A empresa posteriormente cortou suas metas de produção para o ano por causa do atraso. A Mercedes-Benz também teve que diminuir suas projeções de vendas do EQC, o primeiro carro elétrico da empresa para o mercado de massa, no mês passado, devido à falta de suprimentos na LG Chem, embora a controladora Daimler tenha negado essa alegação.

 

“A Jaguar Land Rover ajustou os cronogramas de produção do Jaguar I-Pace em Graz devido a problemas temporários de programação de fornecedores”, disse a empresa em comunicado. “Estamos trabalhando com o fornecedor para resolver isso e minimizar o impacto nos pedidos dos clientes”.

 

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A Jaguar Land Rover disse que o atraso está relacionado à fábrica de baterias da LG Chem na Polônia, mas não deu mais detalhes sobre a escassez. A LG Chem não se pronunciou sobre o caso.

 

Atrasos causados pela falta de suprimentos, como o enfrentado pela Jaguar, ilustram um ponto muitas vezes esquecido sobre a adoção de veículos elétricos: as grandes promessas multibilionárias que a maioria das montadoras fizeram sobre esses veículos dependem inteiramente dos fornecedores em que confiam.

 

Algumas montadoras se esforçaram muito para evitar esse problema. A Volkswagen gastou cerca de US$ 50 bilhões bloqueando sua cadeia de fornecimento de baterias nas próximas décadas e firmou acordos com três fornecedores diferentes para atender a demanda, por exemplo. A Tesla fechou anos atrás um acordo com a Panasonic para co-projetar e fabricar baterias para seus veículos elétricos na empresa Gigafactory, em Nevada, e recentemente assinou com a LG Chem e a Contemporary Amperex Technology (CATL) para fornecer baterias para sua nova fábrica na China.

 

Ainda assim, é curioso que a Jaguar Land Rover tenha problemas em garantir baterias suficientes para a produção do I-Pace, já que a empresa vendeu apenas cerca de 18 mil unidades em 2019, seu primeiro ano completo no mercado. (Olhar Digital/The Verge/Vinicius Szafran e Matheus Luque)