FCA terá elétricos e híbridos no Brasil a partir do fim do ano

AutoIndústria

 

A FCA entrará com vontade no mundo dos veículos eletrificados no Brasil. Antonio Filosa, presidente da montadora na América Latina, confirmou ontem que as primeiras novidades, tanto da Fiat como da Jeep, serão importadas.

 

O primeiro lançamento está previsto para chegar às revendas até o fim deste ano e será um carro integralmente elétrico: a segunda geração do pequenino 500, fabricada na Europa. O subcompacto deve ser apresentado oficialmente no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro – caso a montadora confirme sua presença no evento, o que ainda está sob avaliação, segundo Filosa.

 

Para a Jeep estão reservadas versões híbridas plug-in do Renegade e do Compass, mas que estarão nas concessionárias somente a partir de 2021. A exemplo do Fiat 500, virão da Itália.

 

Filosa admite que a importação é um primeiro passo da FCA no sentido de ter, também aqui, oferta de outras tecnologias além dos motores a combustão interna, uma tendência mundial e diretriz global do grupo. Mas a empresa, reafirma o executivo, mantem em seu planejamento o desenvolvimento de soluções que englobem ainda o etanol.

 

Os motores a combustão, aliás, têm relevância ascendente na FCA latino-americana. A fábrica de Betim (MG) foi eleita como principal base exportadora de motores aspirados, especialmente para Oriente Médio e África. Dos cerca de 1,1 milhão de powertrain que a FCA deve fabricar no Brasil em 2020, cerca de 280 mil seguirão para outros países.

 

Uma parte importante da produção de motores de Betim será dedicada, ainda este ano, aos novíssimos 1.0 e 1.3 turbo, que equiparão tanto modelos Fiat como versões dos Jeep nacionais. A chegada de ambos implicará na ampliação da capacidade da linha mineira da ordem de 200 mil unidades anuais.

 

Os turbos, ainda que não confirmados pela FCA, devem equipar os dois primeiros utilitários esportivos da Fiat que serão fabricado em Betim e chegarão à rede de mais de quinhentas concessionárias no País em 2021. O menor, para o segmento B, ainda no primeiro semestre, e o maior, derivado do conceito Fastback, apresentado no último Salão do Automóvel de São Paulo, mais para o fim do ano.

 

Filosa também admitiu que a montadora trabalha no desenvolvimento de um terceiro SUV nacional. Ele sairá da fábrica de Goiana (PE), também no ano que vem, como topo de gama da marca Jeep aqui. “Era um projeto inicialmente regional, mas que atraiu interesse de outras operações da FCA e será uma opção global”, disse o executivo.

 

Para ter um quarto modelo na planta pernambucana, que já produz os Jeep Renegade e Compas, além da picape Fiat Toro, a FCA tem buscado atrair mais fornecedores para a região. Instalados ou em processo de instalação, já são 31 empresas ao lado da fábrica de veículos, que completará cinco anos em abril.

 

“Queremos ter 50 parceiros até 2024”, afirmou Filosa, que calcula que até lá poderá chegar a 75% de índice de conteúdo local nos veículos pernambucanos, 5% a mais do que a atual média. (AutoIndústria/George Guimarães)