Jornal GGN
Se antes a China era vista como a terra prometida para o setor de automóveis, o surto de coronavírus no país ameaça prolongar o ritmo de queda das vendas de veículos, o que deve afetar tanto a produção interna como a cadeia global de suprimentos.
As montadoras instaladas na China já passavam por um período de pressão em janeiro, quando fecharam para o Ano novo Lunar: as vendas estavam em queda há dois anos devido à perda de incentivos fiscais para carros elétricos e à desaceleração econômica, e as autoridades já esperavam por um terceiro ano de estagnação.
De acordo com informações da CNN, muitas dessas fábricas receberam ordens para seguir fechadas até a próxima semana, enquanto o governo luta para conter o avanço do coronavírus.
Prognósticos traçados pela S&P Global Ratings mostram que o surto do coronavírus forçará as montadoras da China a reduzirem suas produções em aproximadamente 15% no primeiro trimestre.
O impacto sobre o setor é maior já que a cidade de Wuhan, onde foram registrados os primeiros casos do surto viral, é um grande centro produtor de automóveis. Segundo a S&P Global Ratings, Wuhan e o resto da província de Hubei respondem por 9% da produção total de automóveis no país.
A expectativa é que a situação piore um pouco mais antes de voltar a melhorar. Existe a possibilidade de as paralisações serem estendidas para limitar o risco de contágio, o que deve comprometer até metade da produção de automóveis e autopeças na China – atingindo inclusive fábricas em cidades como Xangai e Tianjin. Quanto mais a crise se prolongar, maior a chance de que as cadeias globais de suprimentos de automóveis sejam danificadas. (Jornal GGN)