Diário do Transporte
Fábio D´Angelo assumiu a gerência das vendas de ônibus para o mercado Brasil da Scania, o segundo maior em volumes dentre todos os países de atuação da fabricante sueca.
D´Angelo ocupa o lugar de Alan Frizeiro, que foi transferido para as vendas de caminhões. Formado em engenharia elétrica pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), em 2001, Fábio D´Angelo tem pós-graduação em administração de empresas pelo Centro Universitário UNIFEI, em 2004.
Além disso, a fabricante mantém a confiança para um desempenho positivo nos ônibus em 2020, e projeta alta de até 5% nas vendas em comparação a 2019, na faixa acima de 8 toneladas.
A empresa também prevê o início da comercialização dos chassis a GNV e/ou biometano para o segundo semestre, como já mostrou o Diário do Transporte. Relembre: Scania prevê início das vendas de ônibus movido a GNV para segundo semestre de 2020
Fábio D’Angelo projeta para 2020 um crescimento de até 5%. “Nos rodoviários algumas incertezas com o movimento de desregulamentação das linhas e a crescente atuação dos aplicativos levará o mercado a uma adaptação ao longo do ano. Esses dois fatores vão provocar o nascimento de um novo jeito de atuação das empresas”, ele acredita. Por conta disso, D’Angelo aposta que haverá ainda mais concorrência. “Por isso, será ainda maior a busca por soluções que aumentem a eficiência e reduzam os custos operacionais da frota. E, a linha Scania oferece as melhores soluções ao cliente”, ele afirma.
“Por outro lado, o fretamento deve continuar crescendo, bem como as vendas dos motores traseiros. Nos urbanos, deveremos fazer um volume próximo de 2019”. Fábio diz ainda que o ano de 2020 começou acelerado. “Por isso, já projetamos um aumento de 20% da carteira de pedidos para o primeiro trimestre. Ainda assim, é um otimismo moderado”, conclui.
2019: Crescimento acima do mercado nos rodoviários
No acumulado de 2019, na faixa de atuação da Scania (acima de 8 toneladas de capacidade de carga) a indústria emplacou 17.491 unidades contra as 12.808 de 2018. Isso representa um aumento de 36,6%.
A fabricante sueca teve ainda 901 ônibus registrados versus 760 do exercício anterior. “A Scania cresceu 18,6%. Continuamos oferecendo ao cliente a melhor solução que engloba produto, serviços, gestão de frota, conectividade e modalidade financeira”, salienta D’Angelo. A participação de mercado foi de 5,2%.
O novo gerente de vendas de ônibus da Scania conta ainda que as 901 unidades emplacadas de 2019 consagraram o Brasil como o segundo maior mercado dentro da fabricante sueca.
Desse volume de chassis emplacados, 845 foram de rodoviários. O que representou um acréscimo de 20,4% sobre os 702 rodoviários emplacados de 2018. A participação foi de 21,2% e a vice-liderança mais uma vez conquistada.
O mercado total de rodoviários emplacou 3.980 unidades contra as 3.320 de 2018. Acréscimo de 19,9%. “Crescemos acima do mercado”, diz D’Angelo.
Já nos urbanos acima de 8t, a Scania emplacou 56 unidades, sendo 30 unidades do modelo K 250UB 4×2.
Por modelo, no ranking de vendas Scania o K 360 4×2 foi o campeão, com 305 unidades, o que representou um incremento de 53,3% sobre as 199 unidades do ano anterior.
“Esse produto é um sucesso. O resultado expressivo está ligado ao processo de renovação de frotas que atuam nas operações de linhas rodoviárias de curtas e médias distâncias, bem como do fretamento, que continua sua recuperação de mercado”, explica o gerente.
O segundo modelo no ranking foi o K 440 8×2, com 245 produtos, e alta de 107,6% (118 unidades). “A Scania continua liderando o segmento 8×2, e sendo a preferida para a configuração de dois pisos (DD ou double decker). Ele oferece a melhor rentabilidade da categoria”.
O terceiro foi o K 400 6×2, muito utilizado também no turismo, com 232 produtos e alta de 23,4% (188).
Sílvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil
Já para Sílvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil, o quadro atual está levando a uma incerteza com relação a investimento pelos operadores tradicionais, em função de estes não saberem se ficam ou como ficam as linhas que operam, “uma vez que não existe mais a necessidade que existia antes de comprovação disso, comprovação daquilo pra operar”.
Segundo Sílvio, os operadores que estão mais focados em proteger sua posição têm renovado investimentos em novos chassis e ônibus “pra garantir diferencial de qualidade ao seu cliente. Isso tem feito as vendas de ônibus rodoviários aumentar em relação à situação anterior”.
“Por outro lado”, ele afirma, “os novos entrantes também buscam muito apagar a imagem de ‘piratas’ que eles tinham até pouco tempo e, pra acabar com essa imagem, nada melhor que ônibus novo”, afirma. “Estamos percebendo uma quantidade muito significativa de novos entrantes bastante importante, buscando soluções mais econômicas, novas e confortáveis pra oferecer isso para os seus clientes e poder competir com os operadores tradicionais. Mas essa incerteza existe no mercado”, ressalta o executivo.
Sílvio destaca outro ponto importante para 2020: “no final de 2019 nós começamos a ver a ressurreição do fretamento de grandes obras ou para a indústria no Brasil. Em 2013 e 2014, com a operação Lava Jato, nós tivemos um abandono completo das grandes obras, não só não contratação de novos ônibus, mas a paralisação completa dos ônibus que estavam em operação.
Além disso, a indústria nos últimos três anos regrediu em quantidade de trabalhadores de produção, o que fez diminuir a quantidade de fretamento necessário”, conclui. (Diário do Transporte/Jessica Marques e Alexandre Pelegi)