O Estado de S. Paulo
Quem já vendeu ou comprou um carro usado sabe que o processo é complexo. Combinar visitas, negociar o valor pelo preço de tabela ou eventuais descontos e lidar com valores fora do esperado são problemas bastante comuns. Ex-presidente executivo da startup InstaCarro, Diego Fischer entende bem do assunto: em sua primeira empresa, ele criou um modelo para permitir a venda rápida de carros para concessionárias. Agora, está de volta ao mercado com a Carupi, que busca unir pessoas nas duas pontas da transação.
“No nosso negócio, o vendedor consegue o melhor preço possível, enquanto o comprador pode receber o carro na porta de casa”, diz Fischer, que ainda possui ações da InstaCarro, mas não está mais na empresa.
Ativa desde setembro de 2019, a Carupi já atraiu investidores de peso: no final de 2019, a startup recebeu um aporte de US$ 150 mil da Y Combinator, aceleradora californiana que já investiu em nomes como Airbnb, Rappi e Dropbox. Com os aportes, a empresa pretende fazer sua expansão para cinco cidades até o meio de 2020 – hoje, atua apenas na Grande São Paulo. A expectativa da startup é encerrar o primeiro semestre deste ano com R$ 100 milhões em transações realizadas.
Segundo Fischer, a comissão média cobrada pela venda de um veículo pela Carupi gira em torno de R$ 3 mil por carro – os valores variam de acordo com o modelo e o estado do automóvel.
Como funciona
Para quem deseja vender um carro é preciso fazer um cadastro com as informações do veículo na plataforma da Carupi, disponível na web ou via aplicativo. A partir daí, a startup se encarrega da venda. Um fotógrafo vai até onde o carro está para captar imagens do veículo, enquanto um especialista em vendas também é alocado para entender as necessidades do vendedor. “O especialista conversa para entender qual é o prazo de venda dele e dar recomendações com relação ao preço”, diz Fischer.
Quando um comprador se interessa pelo carro, um motorista é enviado para retirar o veículo na casa do vendedor e levar até ele, para um test drive gratuito. Se o negócio for fechado, a Carupi recebe o dinheiro e repassa ao dono do veículo, tomando uma comissão sobre a transação. Todo o processo legal também é feito pela startup, incluindo a transferência via cartório e a vistoria.
Além da expansão territorial, a Carupi também tem investido em tecnologia para seu aplicativo. Recém-lançada, uma consultoria personalizada também ajuda quem busca um automóvel. Para os próximos meses, o plano é lançar um sistema de sugestões automáticas, via algoritmo, de veículos semelhantes ao que o comprador já está de olho. (O Estado de S. Paulo/Bruna Arimathea)