O Estado de S. Paulo
O Troller T4 ficou conhecido por ser um jipe bruto, do tipo “raiz”. Mas uma nova versão, batizada de TX4 e levemente domesticada, acaba de chegar às lojas por R$ 167.530. O destaque é o câmbio automático (inédito no modelo) de seis velocidades. A novidade custa R$ 26.630 a mais que a configuração com transmissão manual de seis marchas.
A nova opção do modelo feito em Horizonte, no Ceará, também recebeu diferencial traseiro bloqueante e para-choques de aço com entradas para guincho. Os estribos laterais são de aço e têm o nome da versão gravada. Os pneus são Pirelli Scorpion MTR, com sulcos maiores e blocos de borracha mais largos. Isso garante maior aptidão para fora de estrada que o conjunto ATR (da mesma fabricante) do T4 com câmbio manual. O lado negativo é que isso fez aumentar levemente o ruído ao rodar no asfalto.
O snorkel do filtro de ar do motor é de série. Segundo informações da Troller, os faróis auxiliares de LEDs, que são integrados ao para-choque dianteiro, podem ficar submersos na água por até uma hora.
O TX4 traz alerta de cinto de segurança desafivelado, acendimento automático dos faróis, sistema de fixação Isofix para assento infantil e cinto de três pontos para o quinto ocupante. Com exceção do acendimento automático de faróis, os outros itens serão incorporados à versão com câmbio manual. Os carros da Troller não têm freios ABS nem air bags. A marca se vale de uma brecha na lei, que isenta os veículos off-road de trazer as bolsas de ar. O motor 3.2 turbodiesel de cinco cilindros e 200 cv e o câmbio automático são da Ranger (a Troller pertence à Ford). As relações de marcha foram encurtadas por meio de gerenciamento eletrônico. Não houve alterações nos sistemas de engrenagens da transmissão.
Assim, as trocas são feitas antes, para garantir força no fora de estrada. Como na Ranger, as mudanças ocorrem com poucos trancos. E há opção de trocas manuais na alavanca.
Apenas 5% dos proprietários usam o jipe no dia a dia, segundo dados da Troller. Na avaliação feita na pista de testes da Ford, em Tatuí (SP), o TX4 venceu com facilidade os obstáculos no asfalto e na terra.
O novo câmbio casou bem com o motor. O ajuste fino das respostas ao acelerador permite usar o pedal com precisão para transpor rampas e buracos sem esforço.
O bloqueio do diferencial traseiro, exclusivo da nova versão, gerencia bem a força disponível. O sistema funciona a até 40 km/h. Acima dessa velocidade o conjunto é desativado, voltando a funcionar quando a velocidade cai – tudo de forma automática.
No mais, o TX4 é o Troller de sempre. A suspensão é bruta para o off-road e o conforto é escasso, especialmente para quem vai atrás. Esse passageiro sofrerá com os solavancos e o espaço reduzido.
O jipe é homologado para cinco pessoas, mas há relativo conforto apenas para quem viaja na frente. O ângulo de esterço do volante é grande e dificulta manobras em lugares apertados.
São três cores disponíveis: verde, prata e marrom. Sempre combinando com o teto, capô e tampa do porta-malas, pintadas de azul. (O Estado de S. Paulo/José Antonio Leme)