AutoIndústria
Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, enxerga continuidade do crescimento no mercado interno de caminhões e ônibus em 2020. Pelas estimativas, o ano deve encerrar com evolução por volta de 17%, para 143 mil unidades de veículos comerciais pesados ante 122,2 mil registrados no ano passado.
Do previsto, a empresa trabalha com expansão de 18% nas vendas de caminhões, volume em torno de 123 mil unidades ante 101,3 mil anotados em 2019, e de 9,9% no mercado de ônibus, alcançando 23 mil chassis contra 20,9 mil entregues no ano passado.
A projeção do dirigente se sustenta na aposta de mais um ciclo favorável, no qual combina inflação sob controle, baixa na taxa de juros, na casa de 4,5%, e expectativa de crescimento do PIB de 2,5%. “O ano começa melhor, mas há questões que merecem atenção: a taxa cambial, a dificuldade nas exportações e a continuidade das reformas no País”, avalia Schiemer.
Começo de ano positivo
Para o executivo, além do agronegócio, o principal motor nas vendas de caminhões nos últimos anos, as maiores oportunidades em 2020 devem ser demandadas pelo setor de construção. “A esperança é de que no segundo semestre os investimentos em infraestrutura comecem a aparecer com mais força.”
Independentemente do que vem pela frente, o representante da Mercedes-Benz contabiliza bons resultados logo no começo do ano. Pelas contas da empresa, janeiro aponta crescimento de 5% no mercado de pesados, com vendas acima de 9 mil unidades. Somente a marca, registrará crescimento de 16% sobre o primeiro mês do ano passado, com 3,2 mil caminhões e ônibus negociados.
Três novos produtos
“Cabe dizer que até agora já temos vendas firmes de 500 unidades do novo Actros para entregar a partir de abril. Desse 150 serão com a tecnologia Mirrorcam, que subsistiu espelhos retrovisores por câmeras. É um bom começo para apenas três meses de venda”, comemora o presidente da Mercedes-Benz, lembrando do lançamento da nova linha de caminhões, na Fenatran 2019, em outubro. Schiemer adianta ainda programação de três novos produtos e dois serviços em 2020.
O desempenho positivo que se avizinha, e esperado, coloca em marcha o desafio da volta da rentabilidade da empresa. De acordo com Schiemer, será cada vez mais difícil convencer as matrizes de alocar recursos em mercados que dão retorno abaixo do esperado.
“A indústria automotiva passa por uma grande transformação que exige altos investimentos. O dinheiro, portanto, ficou escasso. Será cada vez mais raro ver fluxos de capital das matrizes para outras regiões. Temos de ser lucrativos para fazer nossos próprios investimentos. Se o mercado é de 100 mil, é isso que temos para obter lucro”. (AutoIndústria/Décio Costa)