O Livre
Mais de 100 anos antes do modelo japonês, o americano Armstrong Phaeton criava um sistema inovador de propulsão que combinava um pequeno motor a gasolina e outro elétrico. Uma criação que Armstrong jamais imaginaria que se tornaria o futuro automotivo no século XXI.
Nos primeiros anos da indústria automotiva era comum ver carros equipados com pequenas caldeiras a vapor, e foi justamente nessa época que um dos entusiastas da modernidade, o engenheiro eletricista Harry E. Dey projetou o Armstrong Phaeton.
O veículo, considerado o primeiro automóvel híbrido da história, tinha como propulsor um pequeno motor elétrico e um motor a combustão.
Um problema da época, e que ainda persiste nos dias atuais, seria a capacidade de autonomia do veículo. A solução encontrada foi a de instalar também um motor a gasolina 6.5 de dois cilindros, que tinha como função recarregar as baterias e também contribuir para a propulsão da máquina. Enquanto isso, o motor elétrico funcionava como motor de arranque para o propulsor a gasolina.
Infelizmente, apenas o protótipo foi produzido antes que a futura fabricante, a Roger Mechanical Carriage Company, fechasse as portas e o projeto junto com seu protótipo fosse arquivado. Se realmente tivessem entrado em produção, teriam reescrito a história da indústria automotiva.
Um século depois, mais precisamente em 1997, a Toyota começou sua primeira produção em massa de um automóvel híbrido. Essa produção só aconteceu 22 anos depois de uma longa trajetória de estudos para por no mercado um híbrido que pudesse ser produzido em linha, e assim nasceu o Prius, com um motor a combustão e um elétrico alimentado por bateria. O modelo Prius era acessível, e se tornou um dos veículos mais “limpos” em relação às emissões de poluentes.
Mas a evolução não parou por aí. Em 2019, a Toyota lança o primeiro carro Híbrido Flex: o novo Corolla.
O Corolla adota a arquitetura TNGA (Toyota New Global Architecture) da marca, que promete veículos mais seguros e agradáveis, com cinco pilares: conforto ao dirigir, habitabilidade, praticidade de uso, compromisso com o meio ambiente e segurança.
A motorização híbrida Flex é composta por dois motores elétricos de 72 cavalos de potência e 16,6 kgfm de torque totais e um a combustão, 1.8 flex de ciclo Atkinson com 101 cavalos com etanol e 98 cavalos com gasolina, e 14,5 kgfm de torque independentemente do combustível utilizado. A garantia do conjunto híbrido é de 8 anos, embora a do carro seja de 5 anos.
Os motores elétricos são recarregados pelo motor a combustão e pela energia cinética gerada pelas desacelerações e pelos freios regenerativos em elétrica. Não há a possibilidade de recarga em tomadas.
De acordo com a Toyota, com gasolina, o Corolla híbrido roda 14,5 km/l na estrada e 16,3 km/l na cidade. Com etanol, os números caem para 9,9 km/l na estrada e 10,9 km/l na cidade. Vale lembrar que, no caso dos híbridos, o consumo urbano é sempre o melhor pelo uso mais frequente do motor elétrico. Em estradas o motor a combustão é mais exigido.
No desempenho de 0 a 100 km/h o novo Corolla é ligeiramente superior, já que atinge a velocidade em 9,73 s contra 10,2 s do seu antecessor. (O Livre/Rosi Cidram)